Bombeiros indicam riscos aos banhistas e quais cuidados tomar, após tia e sobrinho morrerem tentando fazer selfie em cachoeira

Dá vontade de posar para eternizar o momento. As belas paisagens naturais ficam bem na foto. Uma selfie parece a melhor escolha, mas o “clique” pode ser perigoso. Descuidos, por mais breve que sejam, podem levar a acidentes e até à morte em locais que oferecem diferentes riscos, como de ferimentos e afogamentos. Aquela olhada rápida nas águas — seja de cachoeiras, rios e mares — pode enganar de que está tudo bem.

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É preciso atenção redobrada e seguir cuidados básicos — ou que já deveriam ser. Em áreas rochosas, em que há risco das pedras estarem úmidas, sapatos especiais reduzem os riscos de escorregar. Outro item que deveria estar à mão são os coletes salva-vida, normalmente ofertados apenas em embarcações.

Também é fundamental saber como agir em situações de perigo. Por exemplo, quando uma pessoa é levada pela onda do mar. Apesar da reação de tentar realizar o resgate, há um protocolo para a ajuda sem colocar mais pessoas em riscos.

O caso mais recente resultou na morte de Débora Mothe, de 43 anos, e de Romulo Lopes Cordeiro, de 16. Eles estavam em uma cachoeira na localidade de Morangaba, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense do Rio. A tia teria se desequilibrado ao tentar tirar uma foto e o sobrinho tentou ajudá-la, também caindo.

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O Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro indica os cuidados que devem ser adotados em diferentes espaços, como cachoeiras, costões, pedras e até nos mirantes. O órgão lançou, em 2022, a campanha “Sua vida vale mais que uma selfie” após o crescimento no número de casos, muitos resultando em morte, em que as pessoas se arriscam para fazer as imagens. Peças da campanha são divulgadas nas redes sociais oficiais dos bombeiros com vídeos para causar impacto.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros do Rio, major Fábio Contreiras, fala dos principais cuidados ao visitar espaços naturais. Veja quais são:

1 – Conferir o tempo

Antes de ir para a cachoeira, confirmar e se certificar sobre a previsão do tempo, se não choveu no dia anterior ou se está chovendo em uma cidade próxima. A cachoeira faz parte de um rio, então, se há chuva em um local próximo, pode resultar no aumento do nível da água em todo o curso, o que pode acontecer a chamada “cabeça d’água”, em que as pessoas são surpreendidas em questão de segundos.

Deve-se estar atento ao redor. Como notar o aumento no número de folha, de galho e na quantidade de troncos. Outra coisa comum é a mudança na cor da água, que fica mais turva, além do aumento da correnteza. Pode ser fatal para há chance da pessoa ser arrastada e se afogar.

2 – Não pular das pedras

Embora possa parecer divertido, não se deve saltar das pedras altas mesmo que seja um visitante assíduo da cachoeira e julga já conhecer a profundidade. O risco de saltar de uma pedra muito alta é cair na água e colidir com uma pedra, um tronco, o relevo do solo no fundo. Não há visibilidade e, com o fluxo de água diário, é natural que troncos e outros materiais sejam deslocados. Acidentes assim podem causar lesões gravíssimas e até mesmo a morte, independente da posição em que salta.

3 – Evitar consumir bebida alcoólica

O equilíbrio e reflexo ficam prejudicados com a ingestão de bebida alcoólica. O consumo influencia no aumento dos acidentes tanto por afogamento como por queda. O indicado é não ingerir essas bebidas ao longo de todo o passeio.

4 – Não fazer fotos na ponta das pedras

O risco de queda é muito alto. O ideal é pedir que outras pessoas façam fotos suas. Os riscos de escorregar é muito grande. Naturalmente, as pedras são escorregadias, seja por acúmulo de musgo e de limo, ou pelo atrito constante com a água, que pode deixá-la mais lisa, isto é, menos ásperas, o que teria algum atrito.

5 – Calçados adequados

Aos aventureiros que querem caminhas em ambientes com pedras, é fundamental investir em calçados adequados para este tipo de solo. Tais modelos são propícios para caminhar e ficar nessa superfície. Eles são mais aderentes, geralmente, com um solado de borracha, e dão mais segurança para quem vai fazer esses passeios.

6 – Refluxo nas cachoeiras

Ficar longe das pedras centrais. O acidente pode acontecer por conta do fenômeno de um movimento de rodamoinho a partir da correnteza, que não é possível ser visto na superfície, e a pessoa é puxada para baixo. A pessoa fica onde parece um ralo. A força da água da correnteza acaba encontrando obstáculos, como as diversas pedras, em que se divide para contornar e, se a profundidade for alta, pode acontecer o refluxo e acaba levando a pessoa para o fundo. É preciso cuidado se a correnteza da cachoeira estiver forte. Deve-se evitar ficar perto das pedras que ficam no meio da correnteza. Os locais mais fundos devem ser evitados, já que os refluxos geralmente são formados no fundo da água.

7 – Colete salva-vidas

Um item de segurança que não faz parte (mas deveria) da vida dos banhistas é o colete salva-vidas, segundo o porta-voz dos Bombeiros é uma das dicas mais importantes. Para escolher um, é preciso ser uma das marcas homologadas pela Marinha do Brasil, que, na maioria das vezes, são feitos com espuma e têm certificado.

8 – Objetos flutuantes

Caso aconteça um acidente, com uma pessoa caindo na água, não se deve nadar até ela para tentar fazer o salvamento. O indicado é jogar um objeto flutuante, que pode ser uma boia, uma tampa de isopor. A pessoa deve se agarrar ao objeto e aguardar a chegada do socorro. O Corpo de Bombeiros, através do 193, deve ser acionado.

9 – Não tente fazer o resgate

Embora o impulso seja tentar ajudar entrando na água e nadando em direção à pessoaque está se afogando, esse não é o indicado. A depender do cenário (cabeça d’água, refluxo, ressaca, mar revolto, entre outros), ao tentar ajudar, pode se tornar uma segunda vítima. O indicado é seguir os passos descritos acima.

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