Bets: C6 Bank bloqueia apostas de clientes após ultrapassarem limite de suas contas

Clientes que entram no vermelho são impedidos pelo C6 Bank de fazer apostas em bets. O banco passou a proibir as operações nesses sites para quem exceder o limite da conta corrente.

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No momento da tentativa, o correntista recebe a seguinte mensagem: “Transações via TED, TEF e Pix: Não é permitida a realização de transações que excedam o limite da conta corrente para a realização de apostas”.

Procurado, o banco justificou a medida por conta do “cenário de superendividamento da população com jogos de apostas”. “Atento ao cenário de superendividamento da população com jogos de apostas, o C6 Bank adota como política o bloqueio do uso do cartão de crédito e do cheque especial para a realização de apostas em casas de bets”, diz a nota enviada.

O C6 não é o primeiro banco a se posicionar contra as bets. Apesar de garantir que não restringe as apostas, o Bradesco confirmou, no início desta semana, que tem orientado seus clientes, ao tentarem apostar, que o retorno financeiro não é garantido. O comunicado enviado pelo aplicativo do banco informa: “Apostas não garantem retorno financeiro e o dinheiro pode ser totalmente perdido. Cuide de sua saúde financeira e procure opções mais seguras para valorizar o seu dinheiro”. Logo após, a instituição apresenta duas opções ao cliente: fazer o Pix ou cancelar a operação.

Em resposta à medida do Bradesco, a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) posicionou que o setor de apostas no Brasil é legalizado regulamentado e considerou o alerta do banco um “tratamento desigual a um setor legítimo da economia do país”. A entidade voltou a se manifestar após o caso do C6 Bank, classificando bloqueio como fruto de “caráter seletivo dos bancos”. “Não apoiamos que uma pessoa endividada faça apostas, mas também não é coerente que o bloqueio da conta seja apenas ao gasto feito para este setor”, avaliou.

Seguro para placas solares cresce no Brasil e traz mais segurança

O mercado de seguros para sistemas fotovoltaicos no Brasil está em pleno crescimento, acompanhando o avanço acelerado da energia solar no país.

Grandes empresas de varejo e atacado, juntamente com algumas fábricas e indústrias, estão cada vez mais investindo neste sistema para economizar energia e com isso, pagar menos despesas com energia em seus empreendimentos.

O maior desafio das corretoras de seguros é entender a importância de incluir todas as coberturas relacionadas as condições gerais do produto para proteção do sistema, principalmente a parte de Danos Elétricos, pois existem limites percentuais na contratação desta cobertura que vai de 10% a 50% da cobertura básica. Cada seguradora tem o seu percentual e muitas vezes o seguro mais barato não é a melhor opção para o mercado.

Nos sistemas fotovoltaicos existem vários equipamentos como Módulos Fotovoltaicos, Inversores, Baterias, Controlador de Carga e Módulo de Proteção, tudo isso além dos Cabeamentos e algumas outras peças formam a estrutura do sistema para as empresas. Toda essa estrutura tem um valor bastante elevado, levando os empresários a terem bastante cuidado na proteção desses equipamentos.

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Exitem motivos econômicos por trás do plano de Trump para controlar Gaza?

Há alguns dias, o presidente dos EUA, Donald Trump, se sentou no Salão Oval ao lado do rei Abdullah da Jordânia para reafirmar seu compromisso com seu plano de assumir o controle da Faixa de Gaza e transformá-la na “Riviera do Oriente Médio”, após realojar seus habitantes, de acordo com sua declaração.

Com sua confiança característica, Trump disse aos jornalistas que os palestinos adorariam os lugares que ofereceria a eles — uma vez que fossem retirados de Gaza. E o motivo desta confiança? Trump “conhece bem o setor imobiliário”, e tem sido “muito bem-sucedido” na área.

Esta abordagem pode parecer muito distante dos métodos tradicionais que marcaram a política dos EUA no Oriente Médio por décadas — políticas que, apesar de fornecerem apoio significativo a Israel, adotaram com base a solução de dois Estados para lidar com o conflito entre israelenses e palestinos.

Mas isso não é necessariamente surpreendente, considerando a trajetória de Trump como um empresário que vê muitos assuntos pelas lentes do desenvolvimento e dos investimentos. Agora, ele parece querer aplicar esta abordagem a uma das questões mais complexas da região.

Será, então, que há motivações econômicas por trás do plano de Trump? Quais são os potenciais econômicos de Gaza para investimento? E será que existe um futuro para uma economia próspera em Gaza independente da visão de Trump?

Trump: tino para oportunidades de negócio

Trump recebeu uma isenção fiscal de 40 anos para transformar o Commodore Hotel no luxuoso Grand Hyatt em Manhattan

Trump começou sua carreira como incorporador imobiliário em Nova York na década de 1970, quando o Estado (de Nova York) enfrentava a ameaça de falência devido aos gastos públicos excessivos e à queda na receita tributária.

Naquela época, Trump descobriu uma oportunidade rara — e barata — de adquirir o famoso Commodore Hotel, renová-lo e transformá-lo no Grand Hyatt, que se tornou símbolo da transformação pela qual Manhattan passou. O distrito passou de uma área com dificuldades econômicas para um dos lugares mais ricos do mundo.

Trump obteve enormes isenções fiscais do Estado de Nova York como parte do acordo, o que lançou seu nome como um dos principais players do setor imobiliário do Estado. A partir daí, ele construiu um império econômico que incluía investimentos em imóveis, hotéis, resorts e entretenimento.

Embora esse império tenha contribuído para o desenvolvimento de bairros pobres em alguns Estados dos EUA e criado inúmeras oportunidades de emprego, sua ascensão foi ofuscada por acusações de fraude, exploração de mão de obra e desalojamento de moradores de baixa renda de suas áreas.

A autora americana Gwenda Blair, que escreveu The Trumps: Three Generations That Built an Empire (“Os Trump: três gerações que construíram um império”, em tradução livre), vê uma conexão entre a abordagem de Trump em relação a Gaza e a forma como ele alcançou a fama no setor imobiliário de Nova York há cinco décadas.

“É claro que a cidade de Nova York não era uma zona de guerra na década de 1970, mas estava à beira do colapso, enfrentando a falência, o que teria sido desastroso”, diz Blair.

Da mesma forma, ela acrescenta, “Gaza está vivendo uma catástrofe histórica de proporções inimagináveis”.

Blair ressalta que a perspectiva de Trump, “aprimorada ao longo de 50 anos”, define sua abordagem a qualquer situação, seja ela relacionada a imóveis ou não. Ela é marcada por considerações fundamentais: “Como é possível obter lucro? Quais são os benefícios? Como podemos chegar lá? Se houver regras, como podemos burlá-las? E se houver obstáculos, como podemos superá-los?”.

Trump confirmou que não vai tentar participar pessoalmente do desenvolvimento imobiliário de Gaza.

Blair diz que o lucro que Trump pode querer obter com seu plano para Gaza “não precisa ser necessariamente um lucro financeiro direto”. O retorno da implementação do plano pode ser refletido no “imenso poder e senso de controle que ele vai demonstrar ao mundo”.

‘Inferno’ em Gaza

Em contrapartida, Victoria Coates, que atuou como conselheira adjunta de segurança nacional durante o primeiro mandato de Trump, diz que o que Trump apresentou em relação a Gaza é um plano prático para a fase pós-guerra na região.

“Houve muito barulho e conversas sobre esse assunto nos últimos quinze meses”, mas Trump é o primeiro líder a oferecer um plano para resolver a questão.

Coates confirma que o plano de Trump é motivado pela terrível situação humanitária em Gaza, e por seu desejo de oferecer uma alternativa para a população de lá.

De fato, Trump disse que Gaza é como o “inferno”, acrescentando que as pessoas de lá “não conhecem nada além de morte e destruição”, e que sua permanência na região se deve à falta de outra alternativa.

As estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) sugerem que cerca de 69% dos edifícios da região foram danificados ou demolidos, com níveis de destruição considerados “sem precedentes na história moderna”.

O custo da reconstrução é estimado em mais de US$ 50 bilhões, um processo que pode levar anos, de acordo com a organização internacional.

Já o escritor palestino Ahmed Najar se recusa a interpretar o plano de Trump como uma tentativa de salvar o povo da Faixa de Gaza da terrível situação na região, dizendo: “Devemos pensar sobre quem transformou Gaza em um inferno”.

Najar acredita que “os Estados Unidos ajudaram Israel a transformar Gaza em um inferno, fornecendo armas e apoiando incondicionalmente (o país)”.

Para o escritor, o plano de Trump de retirar quase 2 milhões de palestinos de Gaza representa um plano de “limpeza étnica”.

“Não há outra maneira de descrever isso. Não importa como olhemos para isso, de uma perspectiva legal ou moral, o que está acontecendo é um plano de limpeza étnica para tentar forçar as pessoas a deixarem suas casas e terras”, diz ele.

Já Victoria Coates, ex-funcionária do governo Trump, afirma que o presidente americano “nunca falou em forçar as pessoas a sair”, mas ela não fornece uma resposta à questão de como lidar com aqueles que se recusarem a deixar a região.

Trump continua confiante de que os habitantes de Gaza vão querer sair, e vão ficar melhor nos locais que serão construídos para eles na Jordânia e no Egito, com “países vizinhos ricos” cobrindo o custo da construção.

Até o momento, alguns países árabes estão tentando oferecer uma alternativa ao plano de Trump. O rei jordaniano mencionou, durante sua visita a Washington, que o Egito está trabalhando na preparação de um plano alternativo, que garanta a reconstrução da região sem desalojar seus moradores, de acordo com o Cairo.

Enquanto aguardamos o anúncio dos detalhes do plano egípcio, continuam faltando detalhes no plano anunciado por Trump.

A escritora americana Gwenda Blair acredita que a ausência destes detalhes é uma extensão da abordagem de “vendedor” que Trump usa para lidar com as questões que são apresentadas a ele, o que deixa espaço para voltar atrás no que disse ou reinterpretar o que disse de forma diferente.

“Podemos ver esse estilo em muitas das declarações de Trump; elas nunca são totalmente claras, sempre há espaço para manobras e substituições, e elas são repletas de ideias chocantes, de modo que qualquer ideia menos (chocante) se torna aceitável.”

Conflito entre israelenses e palestinos: uma disputa imobiliária?

Mas aqueles que levam as declarações de Trump ao pé da letra ressaltam que os primeiros sinais do plano recém-anunciado surgiram há cerca de um ano por meio de seu genro Jared Kushner, que disse em um evento na Universidade de Harvard, nos EUA, que “as propriedades à beira-mar em Gaza poderiam ser de grande valor se as pessoas se concentrassem em fornecer meios de subsistência”, acrescentando que “do ponto de vista israelense, a população poderia ser retirada da área, e ela poderia ser limpa”.

Gwenda Blair não descarta que o genro possa ter desempenhado um papel na elaboração do plano anunciado por Trump, já que Kushner “trabalhou no setor imobiliário e está muito interessado em fazer negócios na região”.

Kushner, que descreveu o conflito entre israelenses e palestinos como “nada mais do que uma disputa imobiliária”, foi o arquiteto do “Acordo do Século” — que ficou conhecido como Plano de Paz e Prosperidade —, que Trump propôs nos últimos meses do seu primeiro mandato presidencial.

O acordo, que foi rejeitado pelos palestinos, incluía incentivos econômicos e promessas de investimentos no valor de cerca de US$ 50 bilhões, mas sem garantir a eles um Estado palestino pleno.

Samir Abu Madallah, professor de economia da Universidade Al-Azhar em Gaza, acredita que o interesse de Trump e de seu genro em Gaza não é necessariamente econômico. Ele afirma que o litoral de Gaza tem apenas 41 quilômetros de extensão, enquanto “há países na região com costas que se estendem por mais de 2 mil quilômetros”, que poderiam ser desenvolvidas e transformadas em resorts turísticos.

De acordo com Abu Madallah, o plano de Trump para Gaza “está ligado à sua agenda política, que foi lançada durante seu primeiro mandato presidencial, e busca fornecer soluções econômicas às custas de soluções políticas e da soberania palestina”, que é uma questão imposta aos palestinos.

No entanto, Victoria Coates, que trabalhou no governo Trump, sugere que “em vez de descrever o plano como uma limpeza étnica, os palestinos podem querer se envolver com ele ou sentar à mesa de negociações com uma nova proposta”.

Ela lembra que a rejeição palestina ao “Acordo do Século” não impediu a assinatura dos “Acordos de Abraão” (a normalização das relações de Bahrein e Emirados Árabes Unidos com Israel), porque “outros países árabes decidiram não permitir que os palestinos tivessem um veto permanente nas políticas regionais”.

Embora os palestinos tenham o direito de “rejeitar o plano de Trump para Gaza, como rejeitaram anteriormente o Plano de Paz e Prosperidade”, eles devem “considerar seriamente antes de rejeitar outra oferta de uma pessoa bem-intencionada que tenta fazer algo positivo para seu futuro”, ela acrescenta.

Abu Madallah acredita, no entanto, que a suposição de resolver questões políticas por meio de incentivos econômicos é falha, ressaltando que “quando a Intifada al-Aqsa eclodiu em 2000, havia cerca de 200 mil palestinos trabalhando dentro de Israel” — e a eclosão da revolta ocorreu como resultado do fechamento dos horizontes políticos.

“Se os problemas políticos forem resolvidos, isso vai levar à recuperação econômica, e não o contrário”, afirma o professor de economia.

Ele não nega, no entanto, a dura realidade econômica que Gaza já vivia antes da recente guerra.

Uma região em ebulição

Abu Madalla afirma que a riqueza mais proeminente da economia de Gaza é seu capital humano. Apesar da área de terra e dos recursos naturais limitados, a região tem altos níveis de escolaridade. A maioria da população é jovem e capaz de trabalhar, e muitos possuem habilidades técnicas, o que sugere o potencial para criar uma economia baseada no conhecimento na área.

A Faixa de Gaza tem enfrentado desafios econômicos significativos desde que suas fronteiras foram traçadas no acordo de armistício entre o Egito e Israel após a guerra de 1948. Naquele ano, cerca de 250 mil refugiados palestinos fugiram ou foram expulsos de vilarejos que se tornaram parte de Israel, fazendo com que a população de Gaza quadruplicasse em apenas alguns dias. Aqueles que já estavam dentro das fronteiras de Gaza perderam seus meios de subsistência quando suas terras agrícolas ficaram sob as novas fronteiras do emergente Estado de Israel.

Durante a administração egípcia e mesmo após a ocupação israelense em 1967, a agricultura continuou sendo uma das fontes de renda mais significativas em Gaza, ao lado de algumas pequenas indústrias, como de alimentos, têxteis e de móveis. Mas o setor de serviços passou a dominar como a maior fonte de renda local.

De acordo com relatórios das Nações Unidas, durante o controle israelense de Gaza, a economia se tornou cada vez mais dependente de Israel como principal mercado para mão de obra e produtos, em detrimento do desenvolvimento local genuíno. Essa dependência deixou Gaza vulnerável a flutuações políticas, restrições israelenses e tensões regionais contínuas que raramente diminuem.

Um relatório de 2022 da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento observou que a economia palestina foi estruturada de tal forma que se tornou altamente dependente da economia israelense, levando a graves perdas para a economia palestina.

Mesmo após a retirada de Israel de Gaza em 2005, o país continuou sendo a força dominante na vida de seus moradores e no curso da sua economia, diz Abu Madallah.

Ele cita, por exemplo, as restrições impostas por Israel à exportação de frutas e flores de Gaza após a Intifada de 2000, o fechamento do porto comercial de Gaza e o bombardeio de seu aeroporto, que tinha sido construído como parte dos Acordos de Oslo – e inaugurado com a presença do presidente americano Bill Clinton. Estas medidas, de acordo com Israel, foram justificadas por motivos de segurança.

No início de 2006, foram realizadas eleições legislativas palestinas, que resultaram na vitória do Hamas, levando a uma crise interna que acabou causando a divisão atual entre a Cisjordânia, liderada pela Autoridade Palestina, e Gaza, cujo controle foi assumido pelo Hamas após batalhas com facções alinhadas à Autoridade Palestina, liderada pelo Fatah.

Após o Hamas assumir o controle de Gaza, Israel aumentou suas restrições. O país fechou três das cinco passagens de fronteira que ligam Gaza ao exterior, impôs restrições às atividades agrícolas e pesqueiras e agravou ainda mais a terrível situação no território por meio de escaladas militares nos últimos 16 anos, além da devastação causada pela recente guerra.

E as reservas de gás?

Em 1999, a British Petroleum (BP) descobriu um campo de gás offshore a cerca de 30 quilômetros da costa de Gaza, chamado “Gaza Marine”.

Eliy Rittgh, que dirige o programa de energia do Centro Begin-Sadat de Estudos Estratégicos, explica que o tamanho do campo é relativamente pequeno, estimado em cerca de 30 bilhões de metros cúbicos, em comparação com as reservas ao longo da costa israelense, que são estimadas em cerca de 1 trilhão de metros cúbicos.

Rittgh acrescenta que o tamanho pequeno do campo levou a empresa que fez a descoberta a descartar a ideia de desenvolvê-lo devido ao alto custo da infraestrutura necessária para iniciar as operações de perfuração.

No entanto, a situação mudou com a descoberta de enormes reservas de gás por Israel nos campos de Tamar (2009) e Leviathan (2010), nas proximidades. De acordo com Rittgh, a construção de infraestrutura subaquática para desenvolver esses campos se tornou economicamente viável.

“Uma vez que a infraestrutura para os campos de gás israelenses foi estabelecida, o início do desenvolvimento do campo Gaza Marine se tornou mais viável. Em vez de construir seus próprios equipamentos de perfuração, plataformas de processamento e seu próprio gasoduto estendendo-se até a costa de Gaza — o que seria muito caro —, seria possível conectar-se à infraestrutura israelense, tornando o campo mais sustentável.”

Mas, na época, Israel não concordou em permitir o desenvolvimento do campo, temendo que as receitas fossem para o Hamas, que já havia assumido o controle da Faixa de Gaza, explica Rittgh.

Apesar das tentativas de retomar o desenvolvimento do campo em cooperação com o Egito e a Autoridade Palestina após o aumento dos preços do gás em decorrência da invasão russa na Ucrânia, nada aconteceu. O ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, seguido pela guerra, pôs fim a tudo, de acordo com Rittgh.

Abu Madallah, professor de economia da Universidade Al-Azhar em Gaza, acredita que o pequeno tamanho do campo Gaza Marine torna improvável que o desejo de controlar o gás seja a força motriz por trás do plano de Trump de estender o controle dos EUA sobre a Faixa de Gaza.

Gaza como porta de entrada para um Estado palestino

Isso não anula a presença de motivações econômicas por trás do plano de Trump para Gaza, já que este vislumbra, segundo Abu Madallah, a expulsão dos palestinos da Faixa de Gaza em vez de oferecer a eles incentivos econômicos.

O professor argumenta que o objetivo de controlar Gaza e separá-la da Cisjordânia é minar qualquer possibilidade de um Estado palestino independente com soberania sobre sua economia. Ele afirma que, se a Faixa de Gaza fosse integrada e retirada do seu isolamento, poderia se tornar uma porta de entrada econômica vital para um futuro Estado palestino. Isso poderia incluir o desenvolvimento do porto de Gaza para servir como um polo logístico, especialmente devido à sua localização geográfica vantajosa.

Se esse projeto fosse implementado, as reservas de gás de Gaza poderiam atender às necessidades de gás de um futuro Estado palestino por cerca de 15 anos, o que permitiria algum nível de independência econômica. Tanto Abu Madallah quanto Rittgh concordam com isso.

Abu Madallah não é o único a visualizar o papel econômico de Gaza como uma porta de entrada para um Estado palestino. Uma visão semelhante pode ser observada na iniciativa “Global Palestine, Connected Gaza”, um conceito desenvolvido por pesquisadores, economistas e empresários palestinos em 2021.

Esta visão prevê que Gaza é uma região próspera baseada em uma economia do conhecimento, com uma rede de estradas, além de um porto e um aeroporto modernos. Também inclui o desenvolvimento do setor agrícola, sem ignorar o papel do setor de turismo.

No entanto, a concretização desta visão enfrenta obstáculos significativos, principalmente a atual divisão palestina. Ainda assim, continua sendo uma visão que contempla Gaza prosperando nas mãos dos palestinos — não como um resort turístico esvaziado do seu povo para ser visitado por ricos do mundo todo.

Biocombustíveis não encarecem os alimentos

Arnaldo Jardim, deputado federal e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)

Com uma alta de 7,69% em 2024, o preço dos alimentos levou a inflação para além da meta de 4,5%, estabelecida pelo Banco Central, fechando o ano em 4,83%. Nesses dois primeiros meses de 2025, as prateleiras dos supermercados continuam pressionando o Índice Geral de Preços-Mercado (IGPM), ainda que os dados desta semana mostrem uma mudança.

Para aliviar a pressão do desgaste, não faltaram atitudes intempestivas do governo, como o anúncio de uma pretensa intervenção nos preços para baratear os alimentos, anunciada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, ou a declaração do presidente Lula de que os biocombustíveis, como biodiesel e o etanol de milho, são os verdadeiros vilões da carestia.

O preço do óleo de soja, que ficou muito caro durante a pandemia, sofreu uma forte deflação, em 2023, de 36%. Os preços voltaram a subir a partir do segundo semestre do ano passado com a quebra da safra de soja 23/24, devido a fatores climáticos. Foram produzidos 147,38 milhões de toneladas da oleaginosa na safra 23/24, frente a 154,6 milhões de toneladas em 22/23, uma queda de 8,7%. Está prevista uma safra recorde em 2025, o que certamente reduzirá a pressão sobre os preços, ou seja, uma redução como a que ocorreu em anos anteriores.

Na verdade, o aumento do esmagamento da soja para produção de biodiesel amplia a oferta de farelo no mercado com consequente redução do preço da proteína animal. Com uma participação média de 22% na fabricação das rações para animais, o farelo garante uma economia de 3,5 bilhões em despesas com proteínas animais, equivalente a uma redução de 0,05% no Índice de Preços ao Consumidor (IPCA). Além disso, quanto maior o esmagamento, maior a produção de óleo comestível.

Em relação ao etanol de milho, estudo conduzido pelo professor Marcelo Justus, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), intitulado Did the entry of the corn ethanol industry in Brazil affect the relationship between domestic and international corn prices, mostra que a expansão da indústria de etanol de milho no Brasil não impactou os preços do grão nem os custos dos alimentos. Consequência do aumento da produtividade agrícola em função da adoção de novas tecnologias e da possibilidade de colheitas múltiplas.

Segundo os pesquisadores, a chamada “safrinha” brasileira, uma segunda safra de milho plantada após a colheita da safra principal, aumenta a produção de milho sem afetar o preço, o que nos permite produzir energia a partir de biocombustíveis sem comprometer a oferta alimentar. O estudo, publicado na GCB Bioenergy — revista conceituada na área de energia sustentável —, mostra ainda que os preços do milho no Brasil estão muito alinhados com o mercado internacional, cuja flutuação acompanha conjecturas pontuais.

Podemos concluir, com firmeza, que a inflação dos alimentos não é responsabilidade dos biocombustíveis, cuja contribuição para o meio ambiente e para a economia é inegável. A solução é o aumento da produção, que depende de financiamento e previsibilidade, questões para as quais o governo pode contribuir decisivamente, ao invés de adotar medidas intempestivas.

Em novembro de 2024, o presidente Lula sancionou, em uma grande cerimônia, a Lei do Combustível do Futuro, que visa ampliar a participação dos combustíveis renováveis na matriz energética brasileira. As estimativas são de que o novo marco traga mais de 200 bilhões de investimentos para o Brasil. Lançar dúvidas sobre a virtuosidade dos biocombustíveis manda uma mensagem negativa para o investidor, sugerindo que pode haver uma mudança de rota a qualquer momento e o país deixe de investir em biocombustíveis.

Cruzeiro x América: onde assistir, escalações e arbitragem

Cruzeiro e América-MG se enfrentam neste domingo (16), às 16 horas (de Brasília), pelo jogo de ida das semifinais do Campeonato Mineiro. Com melhor campanha na primeira fase da competição, o América inicia a fase jogando como visitante. A partida de volta, ainda sem local definido, ocorre no próximo sábado (22).

Onde assistir

O canal Premiere transmite ao vivo.

Como chega o Cruzeiro

Sob pressão. Com a pior campanha do clube na competição neste século, o elenco milionário entra em campo precisando provar à torcida que os investimentos, por exemplo, em Gabriel Barbosa e Dudu. Ambos ainda não atuaram bem e Gabigol, inclusive, foi expulso no clássico contra o Atlético.

Além dos jogadores, o técnico Leonardo Jardim estreou com derrota quarta-feira (12), diante do Democrata. No mais, o time terá a volta do camisa 9 diante do Coelho.

Como chega o América

Visando o duelo com o Cruzeiro, o América, em suma, traz duas novidades importantes. Em primeiro lugar, Benítez voltou a treinar com bola. Além disso, Mariano foi registrado no BID, o que libera o lateral para estrear no clássico.

Nesse contexto, William Batista poderá ter força total diante do Cruzeiro. No entanto, ele terá três desfalques: Alê, devido a dores no joelho esquerdo; Dalberson, por lesão no ombro; e Fabinho, também com dores no joelho esquerdo. Ainda assim, para compensar a ausência do atacante, o treinador conta com Adyson, que deve atuar na ponta direita.

Campeonato Mineiro – Semifinais – Jogo de ida

Data e horário: 16/2/2025, às 16 horas (de Brasília)

Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)

CRUZEIRO: Cassio; William, Fabricio Bruno, Jonathan Jesus e Kaiki Bruno; Lucas Romero, Matheus Henrique e Matheus Pereira; Dudu, Marquinhos e Gabigol. Técnico: Leonardo Jardim

AMÉRICA: Matheus Mendes; Mariano, Ricardo Silva, Lucão e Marlon; Cauan Barros, Miquéias (Benítez) e Elizari; Adyson, Figueiredo e Jonathas. Técnico: William Batista

Árbitro: Anderson Daronco (RS)

Assistentes: Victor Hugo Imazu dos Santos (PR) e Eduardo Gonçalves da Cruz (MS)

VAR: Gilberto Rodrigues Castro Júnior (PE)

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No meio do fogo cruzado: operações fecham Avenida Brasil uma vez a cada quatro dias neste mês

Em função de operações policiais, tiroteios e confrontos, as principais vias expressas do Rio foram transformadas em verdadeiras zonas de medo para motoristas e passageiros. Só neste mês, até a última quarta-feira, a Avenida Brasil foi interditada por forças de segurança pelo menos três vezes, o equivalente a uma interdição a cada quatro dias, segundo levantamento feito pelo GLOBO, com base nos dados do Centro de Operações Rio (COR). Em dois meses, pelo menos sete bloqueios paralisaram a Avenida Brasil e duas interdições foram feitas na Linha Vermelha e na Linha Amarela. Para os motoristas e passageiros que ficam no meio disso tudo, o medo fala mais alto do que qualquer outra coisa, e os números escancaram essa realidade: só no entorno da Avenida Brasil foram registrados 52 tiroteios no ano passado. Neste ano, até a última quarta-feira, já são oito confrontos armados na região, de acordo com o Instituto Fogo Cruzado.

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— Minha mãe entrou em pânico. Ficou no chão, em posição fetal, chorando e chamando por Nossa Senhora. Foi horrível e desesperador. Eu achei mesmo que ia morrer — conta Anna Clara Fernandes que, junto com a mãe, é garçonete em um restaurante na Penha, Zona Norte do Rio. A caminho do trabalho, as duas presenciaram, dentro de um BRT, o intenso tiroteio que paralisou a Avenida Brasil, nos dois sentidos, na altura da Cidade Alta, na tarde da última quarta-feira.

Durante a tarde da última quarta-feira, as polícias Civil e Militar tiveram que fechar a Avenida Brasil para cercar Vigário Geral, Parada de Lucas e Cidade Alta, em busca de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe do tráfico e fundador do temido Complexo de Israel. Em meio ao caos, quatro pessoas foram baleadas. Segundo o Secretário de Segurança, Victor dos Santos, o objetivo da operação foi “evitar um banho de sangue”.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram passageiros se abaixando dentro de ônibus, motoristas largando seus carros e correndo para trás de muretas, famílias inteiras jogadas no chão, presas em meio ao fogo cruzado. O pânico era visível, estampado nos gritos e na correria de quem só queria sair dali com vida.

A cena de guerra, com veículos parados e pilhas de pneus em chamas formando barreiras, foi resultado de mais uma operação policial na cidade que fechou vias expressas. Enquanto as forças de segurança tentavam capturar o chefe do tráfico do Complexo de Israel, a cidade parava – e, para quem estava preso no meio do caos, seja em ônibus ou carros, o pânico era inevitável. No fim, apesar do cerco e da tensão, o criminoso conseguiu escapar.

De acordo com a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET-Rio), de agosto do ano passado, a janeiro deste ano, as forças de segurança fecharam dez vezes a Avenida Brasil por motivos de “confronto ou tiroteios”. Os principais pontos de interdição foram: Irajá, Cidade Alta, Rubens Vaz, Fiocruz, Ceasa, e Mercado São Sebastião.

Ana Clara, moradora de Anchieta, na Zona Norte, diz que quem depende do transporte público nessas vias já sai de casa ciente do risco de vida.

— Naquele dia, antes de sairmos de casa, olhamos nas redes sociais para ver se tinha alguma informação de como estava a situação da Avenida Brasil, mas ainda não havia nada. Quem precisa pegar a via todos os dias não tem para onde ir em dias de operação. Ficamos presos e vulneráveis. Se a gente fica dentro do ônibus corre o risco de tomar um tiro lá dentro. E se a gente sair não tem pra onde correr.

Esse medo tem fundamento. Um levantamento feito pelo Instituto Fogo Cruzado revela a dura realidade enfrentada por quem circula pela Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela. Só no entorno da Avenida Brasil, foram 52 tiroteios em 2024. Este ano, até quarta-feira, já somam 8 tiroteios. A Linha Vermelha também foi palco de violência, com 7 tiroteios no ano passado e 2 neste começo de 2025. A Linha Amarela, por sua vez, acumulou 14 tiroteios em 2024 e 3 nos primeiros meses de 2025. Para motoristas, passageiros e moradores da região, esses números não são apenas estatísticas – são a prova de um medo constante que os acompanha em cada trajeto.

Ainda segundo o Instituto Fogo Cruzado, entre 2024 e a última quarta-feira (12), as vias expressas do Rio foram palco de pelo menos 68 ações policiais, 73 tentativas de roubo, 10 casos de homicídio ou tentativa, dois confrontos entre facções criminosas e um episódio de sequestro ou cárcere privado.

O bloqueio da Avenida Brasil na quarta-feira é apenas mais um dos diversos casos registrados. No início deste mês, Alexander de Araujo Carvalho, agente do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), de 46 anos, foi assassinado durante um arrastão na Linha Amarela, na altura de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. O caso provocou o fechamento das pistas da Linha Amarela por cerca de três horas.

Na última terça-feira, a Polícia Militar interditou um trecho da Avenida Brasil na altura da Vila Kennedy, na Zona Oeste. Em meio ao caos, motoristas relataram tiroteios e alguns veículos chegaram a trafegar na contramão. O bloqueio ocorreu devido a uma operação da PM que, em nota, afirmou ter como objetivo “desarticular ações de criminosos locais”.

No final do mês passado, no dia 31 de janeiro, a Avenida Brasil precisou ser parada por cerca de 35 minutos, segundo o Centro de Operações Rio (COR), devido a operações policiais que envolviam ao menos 10 comunidades do Rio e de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. No mesmo dia, a Linha Vermelha ficou fechada por 20 minutos. Durante a ação, um tenente do 41º BPM (Irajá), identificado como José Oliveira de Amorim, de 35 anos, foi baleado e morreu na Comunidade Furquim Mendes.

Questionado sobre as recorrentes interdições das vias, o Prefeito do Rio, Eduardo Paes disse que é “muito ruim o que acontece na cidade”, mas deu apoio à ação policial.

— Eu acho que essa é uma notícia boa, nesse caso. Porque mostra que a polícia está agindo e, pelo jeito, cercando um delinquente, um vagabundo, um marginal, que está aterrorizando uma área da cidade que não é de comunidade. Parada de Lucas não é uma comunidade, é um bairro. Brás de Pina também. É uma loucura que a gente aceite que áreas desse tamanho sejam dominadas — disse o prefeito.

Em nota ao GLOBO, a Secretaria do Estado de Polícia Militar do Rio informou que “os critérios para o fechamento das vias são analisados estrategicamente pelo comando das operações, obedecendo às características locais, das vias e do espaço urbano de atuação, visando a preservação da integridade da população”.

A PM ainda disse que as mobilizações policiais, sejam elas previamente planejadas ou realizadas em resposta a eventos inesperados, seguem a dinâmica do contexto em que ocorrem. E explicou que, na maioria das vezes, a secretaria “interrompe o tráfego em vias de maior fluxo e próximas a locais de atuação que possam apresentar situações que coloquem em risco a vida de motoristas e passageiros, sempre propiciadas pela resposta inconsequente dos grupos criminosos”.

Impacto no dia a dia dos passageiros

De acordo com Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, o fechamento das vias tem impacto direto no dia a dia dos trabalhadores e passageiros que dependem do transporte público, como ônibus e BRT. Segundo ele, para quem faz o trajeto não há outras alternativas a não ser a melhoria na segurança pública.

— A Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela são vias cruciais para a mobilidade urbana no Rio de Janeiro, porque nós não temos transporte em massa que possa substituir o “rodoviarismo” que hoje impera na cidade. Dependemos do pneu. Então isso prejudica muito a população, realmente dá um impacto muito grande e não há alternativa, a alternativa é a segurança pública. Só com pesados investimentos em metrô, principalmente subterrâneos, poderia melhorar muito essa questão. Mesmo assim, os metrôs para essas áreas que atingem a Linha Vermelha e a Avenida Brasil são mais difíceis de acontecer no futuro — disse o especialista em mobilidade urbana.

Para Patrick Cardoso Cordeiro, de 26 anos, que mora em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, e trabalha na Penha, Zona Norte, beirando a Avenida Brasil, pegar outro tipo de transporte, que não seja o BRT ou ônibus, que o deixam bem perto do trabalho, significaria um trajeto mais caro e cansativo, repleto de baldeações, tornando a rotina ainda mais desgastante. Assim como ele, milhares de cariocas enfrentam esse dilema diariamente: arriscar-se nas vias tomadas pela violência ou arcar com um custo que pesa no bolso.

— Na quarta-feira, na hora que eu estava indo embora começou o tiroteio e tive que ficar na empresa. Por mim, não pegava mais esse caminho, mas a realidade é que se eu for pensar em alternativas, teria que dar muitas voltas até chegar em casa, seriam muitas baldeações para cortar esse caminho que fica mais curto pela avenida. Eu me sinto com muito medo de ir de BRT, até desligo meu fone e venho olhando para os lados para ver se tem alguma movimentação estranha. Então, além do trajeto, eu não sei se vou chegar seguro em casa — desabafou Carlos Eduardo, que trabalha na área da mecânica industrial, e pega a linha 60 do BRT, que liga Deodoro até o Terminal Gentileza.

Para além do perigo de ficar sem saída nessas interdições, a professora e engenheira de transportes Eva Vider, da Escola Politécnica da UFRJ, explica que a cada bloqueio de uma faixa de tráfego, seja por um acidente, uma operação policial ou um tiroteio, “reduz significativamente a capacidade de circulação da via”, desacelerando a cidade.

— Qualquer motivo que acarrete o impedimento de circulação faz com que, aproximadamente, dois mil veículos deixem de passar por hora, causando congestionamentos e afetando diretamente a mobilidade urbana. O problema transcende à esfera técnica da engenharia de trânsito, impactando negativamente na mobilidade e, como consequência, na economia da cidade como um todo também — explicou a professora.

*Estagiária sob supervisão de Giampaolo Morgado Braga

A estratégia de aliados de Bolsonaro para enfrentar Lula na reta final do governo

Numa reunião a portas fechadas em Brasília, na semana passada, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional acertaram a estratégia para enfrentar o governo Lula na segunda metade do seu mandato.

Lideranças da Câmara e do Senado decidiram que vão evitar temas que dividem o eleitorado e focar a artilharia em temas da agenda econômica, como a alta no preço dos alimentos e da gasolina, o descontrole fiscal, os juros elevados e a alta cotação do dólar, além de insistir na instalação da CPI dos Correios para amplificar o discurso contra o aparelhamento de empresas estatais.

“Nós vamos deixar um pouco de lado as pautas ideológicas que são bandeiras que já estão intrínsecas no nosso DNA, e focar mais na questão econômica que está impactando no bolso e na mesa de cada um dos cidadãos brasileiros”, disse ao blog o senador Jorge Seif (PL-SC). “A pauta econômica hoje é a prioridade da oposição.”

Na lista de iniciativas estão desde discursos na tribuna repudiando as políticas do governo Lula até convocações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para se explicar ao Congresso.

Já dando início à estratégia, Jair Bolsonaro mandou no último domingo (9) uma mensagem de texto à bancada do PL ditando o tom da oposição.

“A agenda de costumes já está incorporada, está em nosso sangue. A marca da direita: menos impostos, liberdade econômica/religiosa/expressão, PIX, política externa, legítimo direito à defesa, propriedade privada, defesa da democracia/família, etc”, escreveu Bolsonaro na mensagem obtida pelo blog.

Os bolsonaristas se animaram com os resultados da pesquisa Quaest, divulgada em 27 de janeiro, que mostrou pela primeira vez a desaprovação ao governo Lula (49%) superando numericamente a aprovação (47%).

No mesmo levantamento, violência, questões sociais e economia foram apontados como os principais problemas do Brasil. Outra notícia ruim para o governo Lula foi que 50% dos entrevistados afirmaram que o Brasil está na direção errada e apenas 39% veem o país no caminho certo.

Estatais na mira

Em outra frente para fustigar a administração lulista, a oposição pretende acionar cada vez mais o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar licitações, contratos, despesas de autoridades com viagens e prejuízos nas estatais.

Isso já começou a ser feito com o pedido do líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL- RN), para que a corte de contas investigue a fundação IBGE+, criada pelo presidente do órgão para fazer convênios com entidades e o setor privado.

Outra frente se dará no Senado, onde a tropa de choque bolsonarista já reuniu 28 assinaturas – mais do que o mínimo necessário – para instalar a CPI dos Correios, que pode se tornar um novo foco de tensão nas relações entre o Parlamento e o Palácio do Planalto.

“Esse é um governo que aparelha a máquina pública, então evidente que toda hora vai ter problemas, porque não há profissionalização na ocupação de cargos importantes. Há um aparelhamento em função do viés ideológico, e isso está gerando problemas tanto nos Correios quanto nos fundos de pensão”, criticou Marinho.

O objetivo da CPI, proposta por Marcio Bittar (União Brasil-AC), é investigar interferências políticas na estatal, problemas de gestão no fundo previdenciário e irregularidades na gestão financeira e administrativa. Só o rombo dos Correios no ano passado foi de R$ 3,2 bilhões.

Conforme informou o GLOBO, mesmo registrando déficit nos dois últimos anos, os Correios aumentaram seus gastos relacionados a dirigentes neste período, segundo dados da própria estatal. A despesa com essa rubrica passou de R$ 5,910 milhões em 2022 para R$ 8,159 milhões em 2023, um aumento de 38%, enquanto a inflação no período teve uma variação de 4,62%.

Para que a CPI seja oficialmente aberta, porém, é preciso que o requerimento seja aceito pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e lido em plenário. Por enquanto não há garantias de que Alcolumbre vai instalar a CPI. Mas enquanto isso não ocorre, a oposição vai tentando minar o governo.

Temperaturas cada vez mais altas já se aproximam do limite do Acordo de Paris

O recorde de calor batido em 2024, primeiro ano com temperatura 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, pode não ter sido um acontecimento isolado. Dois estudos publicados na revista Nature Climate Change sugerem que a Terra já está no caminho que o Acordo de Paris, assinado em 2015, pretendia evitar. Isso não significa que a meta estabelecida no tratado seja impossível. Mas os cientistas alertam: para não colocar o planeta em um cenário catastrófico, são urgentes medidas de mitigação, ou seja, que ataquem a principal causa das mudanças climáticas.

Entre junho de 2023 e junho de 2024, a temperatura média global ficou, mês a mês, acima dos níveis considerados desejáveis pelo Acordo de Paris. A marca de 1,5ºC , em comparação ao século 19, não é aleatória, mas baseada em evidências científicas, que projetam catástrofes ambientais para diferentes cenários de aumento nos termômetros. Algumas das consequências previstas há 10 anos materializaram-se mais cedo do que o imaginado, como o aumento na frequência e intensidade de secas, inundações, tufões e incêndios florestais.

Até agora, não estava claro, porém, o impacto de 12 meses seguidos com aumento de temperatura acima de 1,5ºC nas metas de Paris. O próprio Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), organização das Nações Unidas que reúne cientistas independentes, afirma que “a ocorrência mudança na temperatura da superfície global acima de um certo nível, por exemplo 1,5°C ou 2ºC, em anos individuais não implica que esse nível de aquecimento global tenha sido atingido”, diz um dos relatórios do grupo.

O ano é uma escala de tempo muito curta, por isso, os documentos produzidos pelo IPCC avaliam as mudanças de temperatura em períodos de, pelo menos, duas décadas. Contudo, as novas análises sobre os limiares de aquecimento excedidos nos últimos 12 meses feitas em dois estudos independentes — um da Alemanha, outro do Canadá — sugerem que a Terra já entrou na era em que a meta de 1,5ºC será ultrapassada consistentemente.

“Mostramos que, sem uma mitigação climática muito rigorosa, 2024 será o primeiro de um período de 20 anos com um aquecimento médio de 1,5ºC”, escreveu o autor de um dos estudos, Alex Cannon, do Envorinment and Climate Change Canadá. Ele calcula que há uma chance entre 60% a 80% de que o limite de Paris já tenha sido ultrapassado.

“Ambos os estudos confirmam, de forma robusta, que, mesmo considerando o calor do El Niño (fenômeno natural ocorrido em 2024 responsável por parte da elevação da temperatura), a persistência e a magnitude dos excessos de temperatura globais em 2024 significam que, para todos os efeitos, a ultrapassagem do limite de 1,5ºC é uma realidade”, comenta Richard Allan, professor de Ciências Climáticas da Universidade de Reading, no Reino Unido, que não participou das pesquisas. “Precisamos redobrar os esforços para evitar o limite ainda mais perigoso de 2ºC, cortando rápida e maciçamente as emissões de gases de efeito estufa.”

O alerta dos cientistas chegou em um momento-chave da Conferência do Clima de Belém, a COP30, que será realizada no Brasil, em novembro. Ontem seria a data-limite para os países signatários do Acordo de Paris entregarem as novas metas individuais de redução dos gases de efeito estufa, as chamadas Contribuições Determinadas Nacionalmente (NDC). Porém, como apenas 10 de 197 nações enviaram o documento à ONU, o secretário-executivo da Convenção Quadro sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, esticou o prazo para setembro, dois meses antes do início da COP, 10 de novembro.

Segundo Pep Canadell, diretor-executivo do Projeto Carbono Global, os estudos publicados na Nature Climate Change são um alerta a mais para que os países se debrucem sobre o que Simon Stiell definiu como “os documentos mais importantes do século”, apresentando metas robustas de mitigação. “Não importa como olhemos para a temperatura global e sua evolução nos próximos anos, com esses novos estudos e tudo o que já sabíamos, agora há ampla evidência de que a meta mais importante do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C foi perdida. E, a menos que ações mais agressivas de mitigação sejam tomadas rapidamente, o mesmo acontecerá com a meta de evitar o 2 °C”, disse, em nota.

Canadell avalia que “isso não é motivo para jogar a toalha, mas, sim, para afiar as políticas climáticas e energéticas que nos levarão a um mundo descarbonizado”. “A mudança climática é como uma ladeira escorregadia sem fundo, então, não há limite para os danos que ela pode causar a nossa economia, saúde e meio ambiente. O que queremos fazer é aplicar os freios o mais forte que pudermos para que os impactos não fiquem maiores.”

“Nossos resultados também indicam que, ao desacelerar rapidamente a taxa de aquecimento, uma mitigação rigorosa de curto prazo tem o potencial de reduzir substancialmente os riscos de exceder o nível de 1,5 °C logo após 2024”, escreveram, na Nature Climate Change, pesquisadores da Helmholtz Centre for Environmental Research-UFZ, em Leipzig, na Alemanha. “Mas somente uma mitigação rápida de curto prazo pode, efetivamente, limitar o pico de aquecimento necessário para manter o aumento de temperatura bem abaixo de 2 °C com alta probabilidade. Não é um momento de desespero, mas um chamado à ação.”

Um estudo publicado na Nature Climate Change aponta que é muito provável que já estejamos dentro da janela de 20 anos em que a temperatura média excederá 1,5 °C, com base nos cenários que estamos observando. Essa tendência só pode ser corrigida por medidas extremamente drásticas de redução de emissões. O outro artigo menciona que 12 meses consecutivos acima da anomalia de 1,5 °C indicam que é muito provável que já tenhamos ultrapassado o limite de 1,5 °C. São pesquisas baseadas em modelos calibrados que consideram a variabilidade natural. Embora possamos pensar que uma anomalia de 1,5°C em um único ano não deve causar alarme porque no ano que vem a temperatura pode cair, esses estudos nos dizem o oposto: se atingimos esse nível em 2024, é provável que já tenhamos excedido o limite. Infelizmente, isso significa que a urgência se intensifica. Não queremos ultrapassar significativamente 1,5°C porque, além desse ponto, as consequências se tornam enormemente complicadas, e a única solução viável agora é reduzir drasticamente as emissões.

Anna Cabré Albós, física climática, oceanógrafa e consultora de pesquisa na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos

Como a maioria da vegetação aquática, a alga marinha está sendo impactada negativamente pelas mudanças climáticas. O aquecimento das temperaturas oceânicas levou a temporadas mais curtas de cultivo e colheita, incluindo uma das espécies mais comumente cultivadas, a açucareira. A perda de populações pode impactar significativamente os ecossistemas e, potencialmente, a crescente demanda por alimentos, rações, fertilizantes, medicamentos e cosméticos agrícolas sustentáveis.

Para dar à alga marinha uma chance contra as mudanças climáticas, cientistas da Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) identificaram espécies com adaptações naturais para lidar com o calor. Em um novo estudo publicado no Journal of Applied Phycology, especialistas da WHOI descrevem novas cepas que podem ser mais resilientes em águas mais quentes.

Os pesquisadores primeiro avaliaram a tolerância ao calor dos gametófitos da alga marinha, os estágios masculino e feminino microscópicos que fertilizam e produzem lâminas do organismo. Essas estruturas foram isoladas de 14 populações diferentes coletadas em águas costeiras entre Nova York e Maine, nos Estados Unidos. Antes de testar sua tolerância a temperaturas tão altas quanto 24 °C, elas foram cultivadas em um ambiente de laboratório por quatro anos e meio anos até a segunda rodada de pesquisa.

Na segunda fase, gametófitos que eram mais tolerantes ao calor foram cruzados com outras linhagens também resilientes. Em seguida, a cepa resultante foi cruzada àquelas mais sensíveis a temperaturas altas. Os pesquisadores, então, testaram a resistência ao calor de seus descendentes (lâminas de algas) em um ambiente controlado.

“Há diversidade genética entre as populações de algas açucaradas, então, é provável que algumas já tenham adaptações úteis para lidar com temperaturas mais altas”, disse Sara Gonzalez, pesquisadora convidada do Departamento de Física Aplicada e Engenharia Oceânica do WHOI e principal autora do estudo. “Descobrimos que, quando cruzamos gametófitos que identificamos como tolerantes ao calor, eles produziram lâminas de algas que cresceram melhor sob estresse térmico em comparação com a prole de gametófitos que não eram tolerantes ao calor”.

“As algas são incrivelmente versáteis. Elas também podem ser convertidas em novas fontes de combustível e, potencialmente, reduzir os gases de efeito estufa e nossa dependência de combustíveis fósseis”, disse Scott Lindell, especialista em pesquisa em tecnologia de aquicultura e coautor do estudo, do WHOI. “Em um mundo mais quente e seco do futuro, será difícil encontrar um recurso melhor para biocombustíveis do que algas marinhas cultivadas. Esse estudo nos permite acelerar a criação de linhagens de algas tolerantes ao calor, ajudando assim a sustentar a indústria.”

Pesquisas futuras podem abordar se um dos “pais” das algas transfere mais tolerância ao calor para seus descendentes. “Um tamanho de amostra maior e mais trabalho também podem mostrar qual parte dos genes das algas está relacionada à tolerância ao calor”, explicou Lindell.

Estudante da UnB tem projeto vencedor do Prêmio Meninas na Ciência da SBPC

Marcando o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado nesta terça-feira (11/2), Angélica Azevedo, estudante formada em arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB), foi uma das seis premiadas na 6ª edição do Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher, promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Nele, foram selecionados os trabalhos na categoria Meninas na Ciência, que reconhece e valoriza iniciativas de jovens cientistas.

A premiação contou com 765 candidaturas de todas as regiões do país, sendo 166 de alunas do ensino médio e 599 da graduação. A comissão julgadora foi responsável por selecionar as vencedoras, três do ensino médio e três da graduação, distribuídas entre três grandes áreas do conhecimento: humanidades; engenharias, exatas e ciências da terra; e biológicas e saúde.

O projeto analisa os dados do município de Cavalcante, em Goiás, sob o olhar da sustentabilidade ambiental, social, econômica e cultural. O local está situado próximo ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, região conhecida pelo turismo e que também abriga o Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, o maior território remanescente de comunidades quilombolas do Brasil.

O objetivo da pesquisa é ajudar no equilíbrio do crescimento urbano, a preservação ambiental e a sustentabilidade por meio de soluções que vão desde infraestrutura verde e energia alternativa até o fortalecimento da economia local e do urbanismo participativo. O estudo segue as diretrizes da Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil elencados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em especial, o ODS 11, que incentiva cidades mais inclusivas e sustentáveis.

Em comemoração da data, a profissional falou em vídeo para o Instagram da UnB sobre o interesse pela ciência:

Angélica acredita que a conquista foi importante para mostrar como as mulheres são essenciais em todas as áreas do conhecimento e também incentivar as jovens que querem atuar na ciência. “Fiquei feliz por ter sido escolhida mesmo sendo de uma área que é conhecida pelo trabalho no mercado de alto padrão (arquitetura e urbanismo), porque mostra que, de alguma forma, estamos fazendo a diferença através do Laboratório Periférico Assessoria Sociotécnica e levando o olhar para a arquitetura e o urbanismo mais sociais e comunitários”, comemora.

*Estagiária sob a supervisão de Marina Rodrigues

Latam abre mais de 800 vagas para tripulantes de cabine e técnicos no Brasil

A LATAM Brasil, maior empregadora do setor aéreo no país, anunciou a abertura de 895 vagas para tripulantes de cabine e técnicos em 2025. O processo seletivo, que inicia em 14 de fevereiro, disponibilizará 738 oportunidades para comissários de voo e 157 para copilotos. As inscrições vão até 19 de fevereiro, no site: (https://www.latamairlines.com/br/pt/trabalhe-conosco).

Os candidatos interessados nas vagas devem atender a requisitos específicos para cada função. Para comissários de voo, é necessário ter ensino médio completo, Certificado Médico Aeronáutico (CMA) válido por pelo menos um ano, aprovação na prova teórica da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e experiência prévia em atendimento ao cliente ou vendas. Já para copilotos, exige-se licença de Piloto Comercial de Avião, habilitações técnicas (IFRA e MLTE ou Tipo), Certificado de Conhecimentos Teóricos (CCT) de Piloto de Linha Aérea (PLA) e, no mínimo, 150 horas totais de voo. Além disso, ambos os cargos requerem passaporte brasileiro válido e, para os copilotos, curso superior completo.

De acordo com Jefferson Cestari, diretor de Recursos Humanos da Latam Brasil, o investimento demonstra o compromisso da companhia com o setor aéreo nacional. “A abertura dessas vagas reforça nosso planejamento eficiente e sustentável, essencial para o desenvolvimento da economia e da sociedade”, afirma. Os interessados devem atender aos requisitos estabelecidos para cada função, incluindo certificações exigidas pela Anac.

Formatura comissários(as) de voo da LATAM Brasil

Para democratizar o processo seletivo, a Latam implementou 90% das etapas de forma on-line, com entrevistas presenciais apenas na fase final. Além disso, a exigência de inglês ou espanhol para comissários de voo passou a ser um diferencial, e não mais um requisito obrigatório. A mudança visa ampliar a diversidade de candidatos e facilitar o acesso de profissionais de diferentes regiões do país.

Os aprovados passarão por treinamentos rigorosos antes de iniciar as atividades. Comissários terão aproximadamente 234 horas de capacitação, abrangendo simulações de pouso na água, evacuação de emergência e atendimento a passageiros. Já os copilotos passarão por três fases de preparação, incluindo treinamentos teóricos, prática em simuladores e instrução em rota com comandantes experientes.

Local para treinamento de comissários(as) na Academia Corporativa LATAM

Segundo a nota enviada pela Latam, a ampliação do quadro de funcionários acompanha o crescimento da empresa no Brasil. Nos últimos dois anos, a companhia expandiu sua frota em 13%, incorporando 25 novas aeronaves. Atualmente, opera voos para 52 aeroportos no país e prevê um aumento de até 8% na oferta doméstica de assentos em 2025.

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