País deve perder mais de R$ 20 bi com epidemia de dengue e casos de zika e chikungunya

Previsões do Ministério da Saúde indicam que a expectativa para este ano é de que os casos de arboviroses (doenças causadas por artrópodes, como mosquitos e carrapatos) deve chegar a 4,2 milhões.

Baseado nesses dados e levando em consideração a epidemia de doenças como a dengue, Zyka e chikungunya, o estudo da Fiemg sugere que o impacto negativo sobre a economia deve ser de R$ 20,3 bilhões.

Foram consideradas duas fontes de custos: desembolsos diretos em saúde, incluindo gastos com remédios, consultas e exames. Além disso, os pesquisadores consideraram a perda de produtividade pela necessidade do afastamento do trabalho em caso de infecção, que é de sete dias, na média.

O valor estimado daria para arcar com o pagamento do Bolsa Família para três milhões de famílias por ano, segundo o estudo.

Isso leva a uma redução da atividade econômica, com impacto negativo no PIB per capita, no emprego e na renda.

Menos 214 mil postos de trabalho

O economista-chefe da Fiemg, João Gabriel Pio, acrescenta que existe um impacto indireto na cadeia produtiva causado pelo alastramento da doença. Em outras palavras, o afastamento do trabalhador também faz com que a empresa perca parte do seu potencial, consumindo menos insumos, por exemplo.

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— Quando uma empresa deixa de produzir o que ela poderia produzir, isso impacta toda a sua cadeia produtiva. Então, na pesquisa, consideramos o efeito direto (da perda da força de trabalho momentânea) e indireto (por impactos subsequentes na cadeia) na produtividade — disse Pio.

No país inteiro, a redução de produtividade levaria a uma perda de R$ 15,1 bilhões no ano, enquanto os gastos de saúde somariam R$ 5,2 bilhões.

Segundo a pesquisa, a epidemia de dengue deve levar ainda a uma diminuição de 214.735 postos de trabalho no Brasil ao longo de 2024.

— Além desse impacto nos postos de trabalho, o estudo mostra que a doença impacta drasticamente a saúde, mas também a economia, por drenar recursos que poderiam estar sendo usados em outras áreas — diz o pesquisador.

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