Guerra comercial entre EUA e China afeta economia do Brasil e outros países

A economia brasileira está fragilizada e terá que resistir a mais um grande impacto neste ano: a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. A tensão entre as duas potências mundiais está mais inflamada, após o país asiático anunciar, ontem, que vai aumentar a taxação de produtos norte-americanos. Antevendo o impacto negativo na economia global, as bolsas de valores em todo o mundo caíram, assim como o Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), que tombou 2,69% e terminou o dia em 91.726 pontos. O dólar subiu 0,87%, fechando a R$ 3,98.

As retaliações mútuas entre os dois gigantes econômicos tendem a frear o comércio internacional e, consequentemente, o desempenho da economia de todo o mundo. Os países emergentes serão os mais afetados, porque, no cenário de crise, o apetite dos investidores diminui, especialmente por aplicações em nações com economias mais instáveis, como o Brasil.

A China anunciou que vai elevar de 5% a 25% as tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos importados dos EUA a partir de 1º de junho. A medida foi uma resposta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de subir impostos sobre as importações da China que ainda não haviam sido taxadas, o que deve afetar cerca de US$ 300 bilhões em produtos chineses. O reflexo foi imediato na Bolsa de Nova York: o índice Dow Jones caiu 2,38%, o S&P 500 recuou 2,41% e a Nasdaq tombou 3,41%.

Antes da nova onda de retaliações, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou, em abril, que a economia global iria se enfraquecer este ano, com o crescimento passando de 3,6%, em 2018, para 3,3% em 2019. Diante das barreiras para uma recuperação mais forte, o Brasil vê as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) desabarem.

De acordo com o relatório Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC), a mediana das previsões dos analistas do mercado financeiro para a expansão da economia do país neste ano é de apenas 1,45%. Mas há instituições financeiras com previsões ainda piores. O Itaú Unibanco calcula que o PIB deve subir apenas 1%, depois de já ter avançado somente 1,1% no ano passado. As projeções para 2020 também estão em queda livre. O banco diminui a estimativa de 2,5% para 2%; o Santander revisou de 3% para 2,5%, e o Bradesco, de 3% para 2,2%.

Marasmo

O Brasil passou pela pior crise econômica, recentemente, com quedas de 3,8% e de 3,6% do PIB em 2015 e 2016, respectivamente. De lá para cá, cresceu 1% em 2017 e 1,1% em 2018. Economistas destacam que, para o tamanho da queda, a retomada está muito fraca. O desemprego atinge 13,4 milhões de pessoas, o que afeta o orçamento das famílias e limita o consumo. Com pouca demanda, há pouco investimento do setor produtivo.

Is laser hair therapy effective? There are https://unica-web.com/archive/2006/sequence06.html cialis 40 mg no peer-reviewed scholarly studies that report success or failure in improvement of erectile dysfunction. Healthy sexual activity is the most important part to live on it can be made clear as of the mind by diverting its focus from negative thoughts to positive things in life. unica-web.com canadian viagra pharmacy Here, some of the major benefits to buy Kamagra tablets or kamagra soft tablets. tadalafil professional buying here They no longer have free cheap viagra to deny the actual habit and protect the individual or substance.

A economia continua fraca mesmo com a taxa básica Selic no menor nível da história, em 6,5% ao ano, desde março de 2017. Além disso, a inflação está controlada — analistas de mercado acreditam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 4,04% neste ano. O centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 4,25%.

O economista Thiago Figueiredo, gestor da GGR Investimentos, avalia, porém, que, devido à instabilidade global, o dólar está em alta, o que tende a pressionar os preços no país. Além disso, tensões no Oriente Médio aumentam o valor do petróleo no mercado internacional. Mesmo assim, o especialista entende que a economia brasileira está tão fraca que precisa de estímulos. “A economia está tão devagar que não consegue repassar altas de preço para o consumidor. O comércio está fraco. A indústria tem desempenho muito abaixo do esperado. É difícil falar em risco de inflação nesse contexto”, afirmou. “É perfeitamente plausível a redução da Selic para tentar acabar com esse marasmo na economia.”    

Contas públicas

O grande impasse, porém, continua nas contas públicas. Economistas ressaltam que, sem a sinalização clara de aprovação da reforma da Previdência, os juros devem continuar no mesmo patamar. Hoje, o Banco Central (BC) divulgará a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, que decidiu pela manutenção da Selic em 6,5% ao ano.

O economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, destacou que o agravamento das tensões entre a China e os EUA é péssimo para as nações emergentes. “Nosso quadro é bastante frágil, e fica pior com a guerra comercial. Mas eu não vejo o Banco Central cortando os juros antes da reforma da Previdência, porque isso pode ser um risco para a economia”, argumentou.

Previdência é desafio

Em relatório, o Itaú Unibanco avalia que a fraqueza na atividade econômica e a inflação baixa abrem espaço para cortes na taxa Selic. “Mas este cenário é estritamente dependente da aprovação da reforma da Previdência, cujo impacto em termos fiscais deve ser entre 50% e 75% da proposta enviada pelo governo”, informa o banco. O texto feito pelo Ministério da Economia estima que, em 10 anos, será possível economizar R$ 1,236 trilhão. Se a previsão do Itaú se confirmar, o impacto fiscal será de, pelo menos, R$ 618 milhões em uma década.

Fonte: Correio Braziliense

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.