Lisboa — Seis em cada 10 passageiros transportados pela TAP Air Portugal são para o Brasil. Somente no ano passado, foram 1,1 milhão de viajantes transitando entre o país e Portugal. Diante desse enorme fluxo e de uma demanda que não para de crescer, a companhia aérea vai aumentar a frequência de voos entre os dois países durante o verão europeu, a partir de junho. No total, serão 96 voos semanais, 16 a mais que no ano passado.
Segundo Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas, a companhia tinha acabado de anunciar a ampliação das frequências para o Brasil, de 80 para 91, mas teve de rever esse número para cima para suprir a procura por passagens por parte dos brasileiros e também dos portugueses que cruzam o Atlântico. “Fomos obrigados a rever nosso planejamento. Vão ganhar mais voos diários Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Recife, Salvador e Belém. No total, a frequência de voos vai aumentar 20%”, ressalta. A TAP tem 13 rotas ligando o Brasil a Portugal.
A maior oferta de voos não implicará, necessariamente, em preços mais baixos para as passagens aéreas. “As tarifas seguem uma dinâmica de oferta e procura. Quanto mais oferta existe, e nós estamos ampliando a oferta, mais se diluem os preços. Mas a mecânica é aquela de sempre. Compre com antecedência que vai ter acesso aos melhores preços”, afirma Antunes.
Ele acrescenta que a TAP chegou a acreditar que a demanda por passagens áreas entre Brasil e Portugal iria se estabilizar, mas não foi o que ocorreu. Muito pelo contrario. “A procura é do lado de Portugal e também do lado brasileiro. Nós monitoramos todos os mercados que operamos, e vemos um ciclo positivo, diante da recuperação da economia”, complementa.
Outro ponto identificado pela TAP foi um fluxo crescente de passageiros oriundos de outros países da Europa querendo ir para o Brasil. “Isso tem muito a ver com o esforço de promoção que vem sendo feito pelo governo brasileiro, pelos estados, para atrair turistas. A cada um dólar investido em promoção, o retorno é enorme”, enfatiza. A empresa voa para 50 destinos da Europa, com destaque para Espanha, Itália, Reino Unido, França e Alemanha.
“Nosso grande diferencial é que voamos para destinos secundários na Europa, partindo de Lisboa. Então, o passageiro de Brasília que fosse para Hamburgo, na Alemanha, e optasse por qualquer outra companhia, teria de ir para São Paulo, depois Frankfurt e, por fim, para Hamburgo. Nós, de Brasília, pousamos em Lisboa e, em seguida, em Hamburgo. Um voo muito mais curto”, detalha o executivo.
A TAP só não dá passos maiores neste momento por causa das limitações de seu plano de reestruturação para a privatização. Até 2025, a empresa pode operar apenas com os aviões que detém, no máximo, remanejar frequências ou rotas. “Trabalhamos com o maior eficiência, remanejando aviões. Mas não dá para transformar tudo. Há limites”, destaca Antunes.
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