Recorde histórico colocará o Brasil no top 5 mundial de superávits
Rio de Janeiro, 18 de julho de 2017 – Após cinco anos de quedas consecutivas e acumuladas em 27,7%, em 2017 as exportações conhecerão seu primeiro crescimento, projetado em 12,8%. Os dados são da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), que divulgou nesta terça-feira a revisão das projeções feitas para a Balança Comercial.
O levantamento elaborado pela instituição aponta que as exportações vão atingir US$ 209,017 bilhões, com aumento de 12,8% em relação a 2016; importações de US$ 145,795 bilhões, com expansão de 6%; e superávit comercial de US$ 63,222 bilhões, com alta de 32,6%.“O superávit histórico será recorde e colocará o Brasil no top 5 mundial de superávits, superado apenas pela China, Alemanha, Coreia do Sul e Rússia”, destaca o presidente da entidade, José Augusto de Castro.
Segundo Castro, o baixo crescimento econômico brasileiro será o responsável pelo crescimento de apenas 6% das importações, enquanto as commodities responderão pelo crescimento projetado de 12,8% das exportações, números que, ainda assim, proporcionarão efetiva contribuição positiva do comércio exterior para o PIB de 2017.
De acordo com o presidente da AEB, esse superávit deve ser comemorado, mas sem esquecer que decorrerá de forte contração das importações e das exportações nos últimos anos. “Superávit comercial não significa atividade econômica, conforme mostra a realidade do Brasil, pois há uma ajuda das exportações serem maiores que as importações em 2017”, explica.
O superávit comercial recorde, segundo o documento, decorre das exportações de commodities, sendo destaque a elevação das cotações de minério de ferro, petróleo e açúcar, e aumento do quantum de soja, petróleo e açúcar, ajudado pela expressiva expansão das exportações de automóveis e caminhões para a Argentina.
Os três principais produtos de exportação, soja em grão, minério de ferro e petróleo vão representar 28,8% das exportações em 2017, superando os 23% apurados em 2016, atestando a importância das commodities na elevação das exportações e do superávit comercial.
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Outro tópico destacado pelo levantamento é que a Argentina será responsável por 50% do crescimento previsto de 6,7% nas exportações de manufaturados, e os Estados Unidos, por 13%. As projeções indicam que as exportações para o país portenho cheguem a 25% e a 10% para os americanos, fazendo com que em 2017 a Argentina recupere dos Estados Unidos o posto perdido, em 2014, de maior país importador de produtos manufaturados brasileiros, graças ao crescimento de 3% do PIB do país.
A expansão das exportações brasileiras projetada em 12,8%, índice maior do que os 2% previstos para o comércio mundial, permitirá ao Brasil elevar, em 2017, sua participação nas exportações mundiais para o percentual estimado de 1,21%, superando a participação prevista de 1,09% em 2016, assim como deve melhorar sua posição de 25ª para 24ª no ranking mundial de países exportadores.
Com relação ao câmbio, a previsão da AEB é de que no segundo semestre a taxa deverá oscilar entre R$ 3,15 e R$ 3,30, porém sem provocar reflexos nas exportações ou importações. A avaliação aponta também que o quadro político-econômico vigente pode ter impacto apenas residual sobre as importações.
A avaliação da AEB destaca que a corrente de comércio, fator gerador de atividade econômica, projetada em US$ 354,812 bilhões para este ano, será equivalente a 17,5% do PIB, similar ao índice de 17,4% de 2010; porém, 9,9% maior que os US$ 322,787 bilhões apurados no ano passado.
As exportações de manufaturados, segundo Castro, permanecem dependentes de um país ou região, a Argentina ou América do Sul, devido à falta de competitividade desses produtos, representada pela manutenção do elevado “Custo Brasil”, provocando a exclusão do país das cadeias globais de valor e, indiretamente, produzindo seu isolamento comercial.
As previsões para o comércio exterior em 2017, segundo explica Castro, foram elaboradas levando-se em consideração os cenários interno e internacional, presente e futuro, com projeções dos volumes e estimativas das cotações das commodities, responsáveis por mais de 60% das exportações brasileiras.
Fonte: Da Redação