Basta de enxovalho com o nome da Petrobras

É estarrecedora a solidão da Petrobras neste triste momento da história da República. A desavergonhada politização de um suposto ato individual de banditismo está enlameando o nome da corporação. É como se na história da Petrobras não tivessem ocorrido outros episódios de malversação, em diversos governos anteriores. E pouco importa o fato de que a estatal faz centenas de milhares de ordens de compra por dia, todas devidamente submetidas ao crivo do TCU – é claro que no meio do milharal sempre há algum corvo. Da mesma forma, os detratores da companhia convenientemente ignoram o passado da empresa, marcado por algumas gestões extremamente controversas, como nos tempos de Shigeaki Ueki, Luis Octavio da Motta Veiga – um mártir contra as vigarices de PC Farias e Joel Rennó. O jornalista Paulo Francis não morreu por acaso. Mas, a nova “UDN de casaca” não quer só a cabeça da atual administração da Petrobras, mas do governo que a indicou.

A estatal é uma corporação ciclópica e paga o preço da sua escala e inevitável imbricação com o Poder Executivo, o que não significa um salvo conduto para a rapina. Mas nos episódios anteriores, buscou-se a punição dos malfeitores, e não a crucificação da empresa. O que se vê hoje é a tentativa de criar um “Petrolão”, uma espécie de “ação penal 471″ – ao menos por ora, sem Joaquim Barbosa. Os interessados e seus ferramenteiros são óbvios, os mesmos de sempre. O objetivo não é outro senão tentar transformar a parte no todo, usando a estatal como um elemento maculador do PT.

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Fonte: Relatório Reservado

 

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