Instituto Euvaldo Lodi oferta bolsas de até R$ 8,4 mil para pesquisadores

O Inova Talentos abriu 148 vagas para técnicos, graduandos, graduados, mestres e doutores. Os bolsistas selecionados podem receber até R$ 8,4 mil por mês. No contrato do bolsista com a instituição de pesquisa parceira, tanto no caso do CNPq como do IPT, o tempo de atuação pode variar entre 12 e 24 meses. Para se candidatar à vaga de bolsista por meio do Inova Talentos, os graduados, mestres e doutores devem ter até cinco anos de titulação. Os interessados podem acessar o site e conferir as bolsas disponíveis. Cada vaga tem data específica para o período de inscrição.

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As oportunidades são para pesquisadores formados em setores como Tecnologia da Informação, Engenharias, Matemática, Administração, Ciências da Computação, Farmácia, Biologia, Biomedicina, Química, Estatística, Marketing, Publicidade e Propaganda, Design, Economia, Agronomia, Arquitetura, entre outros.

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As vagas estão disponíveis na Bahia, no Distrito Federal, em Goiás, no Mato Grosso, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e em São Paulo. Contudo, dependendo do formato da vaga, você pode concorrer em outros estados. Para o estado fluminense, há 43 vagas.

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Para saber se inscrever, é preciso  acessar o site do IEL. Cada vaga tem data específica para o período de inscrição.

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Criado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), o Inova Talentos insere pesquisadores em grandes indústrias brasileiras para desenvolverem soluções inovadoras

Mais recente Próxima Governo vai lançar programa para incluir mulheres no mercado de trabalho

Alckmin promete investimento de R$11 bilhões da Toyota no Brasil

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), participou, nesta terça-feira (5/3), de um anúncio da montadora Toyota ocorrido em Sorocaba (SP), onde a empresa tem uma fábrica. Durante o evento, que contou com participação do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Alckmin anunciou que a montadora vai investir um total de R$11 bilhões no Brasil nos próximos anos, o que deverá resultar na geração de dois mil empregos.

“A Toyota está no Brasil há 66 anos e vem contribuindo enormemente para o adensamento das nossas cadeias produtivas. Seu anúncio é uma demonstração clara da confiança dessa grande empresa japonesa em nossa economia”, escreveu Alckmin em suas redes sociais.

Segundo Alckmin, o investimento segue os objetivos dos programas Mover (Mobilidade Verde e Inovação) e “Combustível do Futuro”, que visam incentivar o setor de biocombustíveis e veículos sustentáveis.

No início de fevereiro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), pasta da qual Alckmin é chefe, informou que o Brasil terá um investimento total de R$41 bilhões da indústria automobilística até o ano de 2032.

À época, duas montadoras já haviam anunciado investimentos no país. A Volkswagen anunciou um investimento de R$9 bilhões até 2028 para projetos inovadores com foco em descarbonização. No total, a Volkswagen totaliza R$16 bilhões em investimento no país nesta década.

Junto aos ministros Alckmin e Ruy Costa, chefe da Casa Civil, a General Motors (GM) também anunciou a primeira fase do novo plano de investimento da empresa no Brasil, com R$7 bilhões que serão aplicados ao país entre 2024 e 2028. O aporte visa ações como melhorias na capacidade e nas condições de produção e desenvolvimento tecnológico.

Também anunciaram novos recursos no Brasil, até 2032, as montadoras Great Wall (R$10 bilhões entre 2023 e 2032); Renault (R$5,1 bilhões de 2021 a 2027); CAOA (R$4,5 bilhões entre 2021 e 2028); BYD (R$3 bilhões de 2024 e 2030) e Nissan (R$2,8 bilhões de 2023 a 2025).

Segundo o MDIC, esses anúncios de investimentos são reflexo da melhoria do ambiente econômico, estimulado pela aprovação da reforma tributária, redução da taxa de juros, estabilidade do câmbio e o lançamento do “Mover”.

*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori

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O que é o Dia Internacional das Mulheres e como começou a ser comemorado?

Você deve estar vendo o Dia Internacional das Mulheres sendo mencionado na imprensa ou ouvindo comentários sobre o assunto.

Mas para que serve esta data? Quando é? É uma celebração ou um protesto? Existe algo equivalente como um Dia Internacional dos Homens? E que eventos vão acontecer neste ano?

Por mais de um século, o dia 8 de março é identificado ao redor mundo como uma data especial para as mulheres.

A seguir, explicamos para você por quê.

1. Como começou?

O Dia Internacional das Mulheres teve origem no movimento operário e se tornou um evento anual reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Suas sementes foram plantadas em 1908, quando 15 mil mulheres marcharam pela cidade de Nova York exigindo a redução das jornadas de trabalho, salários melhores e direito ao voto. Um ano depois, o Partido Socialista da América declarou o primeiro Dia Nacional das Mulheres.

A proposta de tornar a data internacional veio de uma mulher chamada Clara Zetkin, ativista comunista e defensora dos direitos das mulheres.

Ela deu a ideia em 1910 durante uma Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague. Havia 100 mulheres, de 17 países, presentes, e elas concordaram com a sugestão dela por unanimidade.

A data foi celebrada pela primeira vez em 1911, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. E seu centenário foi comemorado em 2011.

Mas o Dia Internacional das Mulheres só foi oficializado em 1975, quando a ONU começou a comemorar a data. O primeiro tema foi introduzido pela ONU em 1996: “Celebrando o Passado, Planejando o Futuro”.

O Dia Internacional das Mulheres se tornou uma ocasião para celebrar os avanços das mulheres na sociedade, na política e na economia, enquanto suas raízes políticas significam que greves e protestos são organizados para aumentar a conscientização em relação à contínua desigualdade de gênero.

2. Por que 8 de março?

A proposta de Clara de criar um Dia Internacional das Mulheres não tinha uma data fixa.

A data só foi formalizada após uma greve em meio à guerra em 1917, quando as mulheres russas exigiram “pão e paz” — e quatro dias após a greve o czar foi forçado a abdicar, e o governo provisório concedeu às mulheres o direito ao voto.

A greve das mulheres começou em 23 de fevereiro, pelo calendário juliano, utilizado na Rússia na época. Este dia corresponde a 8 de março no calendário gregoriano — e é quando é comemorado hoje.

3. Por que as pessoas usam a cor roxa?

Roxo, verde e branco são as cores do Dia Internacional das Mulheres, de acordo com o site oficial.

“Roxo significa justiça e dignidade. Verde simboliza esperança. Branco representa pureza, embora seja um conceito controverso. As cores se originaram da União Social e Política das Mulheres (WSPU, na sigla em inglês) no Reino Unido em 1908”, afirmam.

4. Existe um Dia Internacional dos Homens?

Existe, sim, 19 de novembro.

Mas a data só foi criada na década de 1990 e não é reconhecida pela ONU. É celebrada em mais de 80 países em todo o mundo, incluindo o Reino Unido.

Este dia celebra “o valor positivo que os homens trazem para o mundo, suas famílias e comunidades”, de acordo com os organizadores, e visa destacar modelos positivos, aumentar a conscientização sobre o bem-estar dos homens e melhorar as relações de gênero.

5. Como é comemorado o Dia Internacional das Mulheres?

O Dia Internacional das Mulheres é um feriado nacional em muitos países, incluindo a Rússia, onde as vendas de flores dobram durante três a quatro dias ao redor de 8 de março.

Na China, muitas mulheres recebem meio dia de folga no 8 de março, conforme recomendado pelo Conselho de Estado.

Na Itália, o Dia Internacional das Mulheres, ou La Festa della Donna, é comemorado com a entrega de botões de mimosa. A origem desta tradição não é clara, mas acredita-se que tenha começado em Roma após a Segunda Guerra Mundial.

Nos EUA, março é o Mês da História das Mulheres. Todos os anos, um pronunciamento presidencial homenageia as conquistas das mulheres americanas.

6. Qual é o tema de 2024?

O tema das Nações Unidas para 2024 é “Investir nas mulheres: acelerar o progresso”. Este tema tem como objetivo destacar a escassez de dinheiro investido em medidas de igualdade de gênero.

“Os conflitos e o aumento dos preços podem levar 75% dos países a cortar gastos públicos até 2025, impactando negativamente as mulheres e seus serviços essenciais”, afirmam.

A ONU estima que serão necessários US$ 360 bilhões adicionais por ano para que o mundo alcance a igualdade de gênero até 2030. Apenas 5% da ajuda governamental se concentra no combate à violência contra mulheres e meninas a nível mundial, e menos de 0,2% é direcionado para sua prevenção, informa a ONU.

Mas também há outros temas por aí. O site do Dia Internacional das Mulheres escolheu o tema “Inspirar Inclusão”, com eventos que buscam “quebrar barreiras, desafiar estereótipos e criar ambientes em que todas as mulheres sejam valorizadas e respeitadas”.

7. Por que a data é necessária?

No ano passado, mulheres em vários países como Afeganistão, Irã e Ucrânia lutaram pelos seus direitos em meio à guerra, violência e mudanças políticas nos seus respectivos países.

As mulheres no Oriente Médio enfrentaram níveis extremos de violência durante o conflito mais recente em Israel e nos Territórios Palestinianos.

Um relatório da ONU concluiu que há “motivos razoáveis para acreditar” que atos de violência sexual, incluindo estupro e estupro coletivo, foram cometidos durante os ataques do Hamas em Israel em 7 de outubro do ano passado.

A BBC também teve acesso a evidências de estupro, violência sexual e mutilação de mulheres durante os ataques.

O relatório da ONU também descreve denúncias de violência sexual contra palestinos sob custódia israelense, incluindo “toques indesejados em áreas íntimas” e “nudez forçada prolongada”.

O conflito também fez com que as mulheres tivessem que suportar o fardo de uma crise humanitária. Só no próximo mês, a expectativa é de que cerca de 5,5 mil mulheres deem à luz em Gaza, com pouco acesso à assistência médica, segundo o Fundo de População das Nações Unidas.

No Afeganistão, meninas acima da idade de frequentar o ensino primário continuam a ser proibidas de frequentar as salas de aula pelo Talebã, prejudicando o direito das mulheres a uma educação igualitária.

O conflito em andamento no Sudão entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e as Forças de Apoio Rápido (RSF) também teve um impacto devastador. Segundo a ONU, mulheres e meninas estão sendo sequestradas e estupradas em áreas controladas pelas RSF, onde são forçadas a casar e mantidas como reféns.

Mais de 1,2 milhões de pessoas fugiram para países vizinhos — e quase nove em cada dez que procuram refúgio são mulheres e crianças.

O mês de setembro marcou um ano da morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia da chamada “polícia da moralidade” do Irã — ela havia sido detida por supostamente violar as regras estritas do país que exigem que as mulheres cubram os cabelos.

Muitas mulheres continuam a desafiar a regra, enquanto ativistas como Narges Mohammadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, enfrentam longas penas de prisão.

Foram registrados, no entanto, alguns avanços no último ano.

Em outubro de 2023, o Congresso da Argentina aprovou a Lei Olímpia, que visa prevenir a violência de gênero online e responsabilizar os culpados. Uma em cada três mulheres na Argentina já sofreu violência online, de acordo com o braço local da Anistia Internacional.

Taiwan registrou uma onda de denúncias de abuso sexual, motivada por uma série da Netflix, que desencadeou um movimento MeToo local.

Isso levou o Partido Democrático Progressista a endurecer as leis contra assédio sexual, introduzindo novas medidas que exigem que todos os locais de trabalho — incluindo as pequenas empresas anteriormente isentas — estabeleçam canais para denunciar incidentes.

Os empregadores também devem investigar todas as denúncias de assédio sexual e comunicar suas conclusões às autoridades locais.

Grupos de direitos das mulheres comemoraram a descriminalização do aborto no México em setembro do ano passado. A decisão segue uma tendência de flexibilização das restrições ao aborto em toda a América Latina, o que tem sido chamado de “onda verde”.

Mais recentemente, a França se tornou o primeiro país do mundo a incluir o direito da mulher ao aborto na Constituição.

E quase dois milhões de torcedores compareceram à Copa do Mundo Feminina na Austrália e na Nova Zelândia durante julho e agosto — um aumento de mais de 600 mil em relação ao recorde anterior, o que reflete um interesse crescente no esporte feminino.

Mas o que deveria ter sido um dia de comemorações para a Espanha, ganhadora da Copa do Mundo, foi ofuscado quando o agora ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, beijou a jogadora Jenni Hermoso na boca.

Hermoso diz que não consentiu com o beijo e entrou com uma ação na Justiça contra Rubiales, que renunciou ao cargo e negou qualquer irregularidade.

O incidente gerou, no entanto, um amplo debate sobre a cultura de sexismo dentro e fora do futebol feminino.

Em abertura de conferência cultural, Lula posa com bandeira da Palestina

Na abertura da 4ª edição da Conferência Nacional de Cultura, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) posou com a bandeira da Palestina. O ato ocorre dias após o chefe do Executivo criticar novamente o Estado de Israel diante da guerra.

A conferência contou com a participação de produtores culturais e da sociedade civil. Na abertura do evento, grupos de danças brasileiras. No discurso que abriu o evento, o poeta Antônio Marinho, secretário do Ministério da Cultura (MinC) pediu o “fim do genocídio” em Gaza e foi aplaudido de pé pelo presidente. Depois da fala, tirou uma foto com Lula e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, segurando a bandeira palestina.

“Se é aquele que vive confirmando a bravura do sangue nordestino e pediu pelo povo palestino pela paz pelo fim do genocídio. Eu nem leio os ditames do dissídio. Eu só quero saber onde eu assino. Viva o povo palestino livre e soberano. Abaixo o genocídio. Viva a paz e o amor. Viva Luiz Inácio Lula da Silva”, disse Marinho.

Na semana passada, o petista reiterou as críticas sobre Israel e acusou o país de promover uma “carnificina” na Faixa de Gaza. A declaração foi dada em reunião da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em São Vicente e Granadinas, no Caribe. Ele afirmou que “a nossa humanidade” está em jogo.

Começou nesta segunda-feira (4/3) a 4ª edição da Conferência Nacional de Cultura, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Com o tema Democracia e Direito à Cultura, o evento é promovido pelo MinC, e foram apresentadas as propostas aprovadas que vão embasar as diretrizes do novo Plano Nacional de Cultura (PNC) — que norteiam a pasta nos próximos dez anos.

O último PNC, de 2014 e com prazo até dezembro, foi elaborado após a realização de fóruns, seminários e consultas públicas com a sociedade civil e, de 2005 em diante, sob a supervisão do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC). O plano teve sua vigência prorrogada duas vezes.

Cerca de 3 mil participantes de todo o Brasil estiveram presentes no evento. As propostas aprovadas vão embasar as diretrizes do novo Plano Nacional de Cultura (PNC), que norteiam a pasta na próxima década.

Nesta edição, serão debatidos seis eixos temáticos importantes para democratização e inclusão. São eles:

Eixo 1: Institucionalização, Marcos Legais e Sistema Nacional de Cultura

Eixo 2: Democratização do acesso à cultura e Participação Social

Eixo 3: Identidade, Patrimônio e Memória

Eixo 4: Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural

Eixo 5: Economia Criativa, Trabalho, Renda e Sustentabilidade

Eixo 6: Direito às Artes e Linguagens Digitais

Até a sexta-feira(08/03), a 4ª CNC vai debater políticas públicas culturais e definir orientações prioritárias para assegurar transversalidades nas ações do setor. Entre as atrações musicais do evento estão Fafá de Belém, Paulinho da Viola, Diogo Nogueira e Daniela Mercury.

A 4ª CNC é realizada pelo MinC e pelo Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), e co -realizada pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI). Também conta com apoio da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil).

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Saiba as principais causas do endividamento e como evitá-las em 2024

O endividamento é uma realidade para diversas famílias brasileiras. De acordo com o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa, mais de 71 milhões de brasileiros tinham pendências financeiras em novembro de 2023.

A especialista em educação financeira, Marcela Gaiato Martins, diretora da Recovery, empresa especialista em recuperação de crédito, listou alguns dos motivos mais comuns de inadimplência e dá algumas dicas de como evitá-los.

“Hoje, muito se fala em educação financeira, que nada mais é do que aprender a lidar com o dinheiro de maneira equilibrada, pensando nos compromissos que temos e nas coisas que queremos construir ao longo da vida. A educação financeira envolve o conhecimento sobre como gerir o dinheiro de forma eficaz e como tomar decisões financeiras alinhadas aos nossos objetivos no dia a dia. Esse é o caminho para quitar dívidas, planejar conquistas, formar uma reserva financeira que nos proteja de imprevistos e, aos poucos, ir criando um patrimônio.”

“Além do cartão de crédito, os empréstimos bancários também são um dos grandes motivos do endividamento da população. Por ter taxas elevadas e juros altos, o valor a ser pago no final é bem maior do que o valor que foi emprestado pela instituição financeira. Por isso, ao fazer um empréstimo é preciso ter planejamento e entender como o pagamento será feito de maneira que não gere inadimplência. Ao contratar um empréstimo analise o CET, ou seja, o Custo Efetivo Total que calcula junto com o dinheiro emprestado todas as taxas, impostos e tarifas e resulta no valor total a ser pago. Outra alternativa é tentar uma renegociação para quitar a quantia.”

“Um dos principais motivos do endividamento é a desorganização financeira, em especial, a falta de controle dos gastos e do dinheiro que entra. Fazer isso é importante para qualquer pessoa, especialmente para aquelas que trabalham por conta e recebem pela venda de produtos e serviços ao longo do mês. Esse dinheiro picado deve ser anotado diariamente. Muitas pessoas gostam de fazer as contas de cabeça, mas isso nem sempre funciona. Se você costuma fazer compras parceladas no cartão e não coloca o valor na sua lista, possivelmente, vai levar um susto na hora de receber a fatura. Além disso, anotar todas as despesas ajuda a enxergar melhor para onde nosso dinheiro está indo e fica mais fácil ver se tem algum corte que pode ser feito para equilibrar as contas ou fazer sobrar dinheiro. Por exemplo: o gasto com comida pelo aplicativo pesou no final do mês? Que tal segurar a onda por um tempo, preparando refeições em casa?”

“O crédito é um aliado do consumidor, mas seu uso deve ser consciente e planejado. A facilidade para contratação, muitas vezes, leva ao desequilíbrio financeiro e às dívidas. Ao parcelar a fatura do cartão de crédito ou usar o limite de conta (cheque especial), por exemplo, você está emprestando dinheiro do banco ou financeira. O dinheiro está lá, disponível para uso, mas não é seu e você paga caro toda vez que usar. O rotativo do cartão e o cheque especial são as linhas de crédito mais caras do mercado. A taxa de juros do rotativo, atualmente, pode ultrapassar a casa dos 1.000% ao ano, como você pode conferir no site do Banco Central. No cheque especial, os juros podem chegar a quase 173% ao ano. Por isso, essas linhas de crédito devem ser usadas com cautela e por muito pouco tempo. Entrou no cheque especial? Corra para quitar o quanto antes e o mesmo vale para o cartão.

Para os demais empréstimos, antes de contratar, informe-se sobre o CET (Custo Efetivo Total). Faça as contas e veja se a parcela irá caber no seu bolso. Caso contrário, busque alternativas, como fazer renda extra ou tentar uma renegociação para quitar a quantia.”

“Enfermidade é uma causa de endividamento. As situações chegam de maneira inesperada, levando as famílias a fazerem gastos extras com tratamentos. Além disso, doenças na família podem significar, muitas vezes, perda de renda, em função do afastamento do trabalho. Com os preços de medicamentos cada vez mais elevados e o alto preço dos planos de saúde, é possível recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS), o maior sistema de saúde universal e gratuito do mundo. O SUS disponibiliza médicos, medicamentos e exames sem custo algum. Esse direito de todo cidadão pode ser um alívio, mas nem sempre as questões são resolvidas sem gastos adicionais.

Para evitar entrar em dívidas por essa razão, a dica é manter uma reserva de emergência, ou seja, um dinheiro guardado que será utilizado apenas em situações extraordinárias. Comece guardando o que puder e, aos poucos, vá aumentando a sua reserva até ter alguns meses de gastos cobertos pelo valor.”

“O desemprego foi impulsionado pela pandemia, fato que gerou uma retração ainda maior nas oportunidades de vagas. Nesse contexto, muitas pessoas perderam seus trabalhos, terminando sem renda e com poucas oportunidades disponíveis no mercado. Esses fatores impulsionaram a inadimplência e, nesse contexto, o orçamento fica mais apertado. Assim, é preciso economizar em vários setores para conseguir se manter. Como alternativa, muitas famílias começaram a buscar uma renda extra, pois nesse cenário é preciso se organizar e se planejar com as novas condições.”

“Muitas pessoas costumam emprestar o nome fazendo compras no cartão de crédito ou cedendo documentos para que um amigo ou familiar faça um financiamento usando seu CPF. Essa é uma das principais causas do endividamento da população brasileira, atrás apenas do desemprego. O empréstimo do nome ocorre, geralmente, quando alguém está inadimplente, por isso, não consegue tomar empréstimos usando a sua própria identidade. A questão é que se a pessoa não pagar o empréstimo, quem irá arcar com a conta é o titular do CPF. Além disso, a situação pode levar a conflitos no relacionamento. Ajudar alguém de quem gostamos é uma boa ideia, mas veja se há outras maneiras de apoiar seu amigo ou familiar endividado. Caso aceite emprestar o nome, faça combinados sobre o pagamento — se a pessoa tem algum bem, como uma moto, por exemplo, combinem que esse bem será vendido para pagar a dívida.”

“Comprar por impulso pode levar ao endividamento ou afetar o equilíbrio financeiro. Por isso, precisamos ficar atentos aos gatilhos de consumo, ou seja, às situações que nos estimulam a comprar sem planejamento. Entre elas, estão as promoções, liquidações e facilidades para fazer compras online. Para evitar que este comportamento se transforme em um hábito, o recomendado é sempre se questionar se você realmente quer, precisa e pode comprar. Pensar um pouco nessas perguntinhas antes de fazer uma compra por impulso pode fazer toda a diferença!”

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Como elaborar uma dieta mais saborosa inovando no consumo de whey

Considerado um dos suplementos mais básicos quando se fala em alimentação nutritiva, o whey protein tem se tornado cada vez mais popular no mundo fitness. Produzido a partir do soro do leite, esse produto tem como principal objetivo fornecer proteínas, complementando o valor diário necessário desse macronutriente.

Amplamente comercializado, o Whey pode ser facilmente adquirido em mercados, farmácias, lojas de suplemento e pela internet.

Independentemente do objetivo em mente, o whey pode ser incluído na dieta de forma simples e acessível, uma vez que possui alto custo benefício. “Hoje, com a quantidade de marcas disponíveis, temos mais variedade, diversos preços e, com isso, mais pessoas consumindo”, ressalta o nutricionista Eduardo Lustosa.

Para determinar se o consumo de whey é indicado para você, é preciso entender que quantidade ideal de proteínas necessárias muda de pessoa para pessoa e depende do objetivo buscado. “No geral, um adulto saudável deve consumir entre 0,8g a 1g de proteína por cada quilograma corporal. Isso significa que um indivíduo de 70 quilos deve consumir entre 56g e 70g de proteína por dia”, explica a nutricionista Jacqueline Wahrhaftig. “Quantidades maiores podem ser indicadas a depender do caso e do objetivo da pessoa, em especial no caso de atletas e de quem busca aumento de massa muscular”, acrescenta.

Muitas vezes, alcançar essa meta todos os dias é um desafio, por isso o whey pode se tornar a alternativa perfeita para resolver essa questão. “Uma das principais vantagens é a sua praticidade, o que facilita o seu consumo em diversos horários do dia, complementando a ingestão proteica quando não é possível consumir alimentos fontes desse nutriente, por exemplo em intervalos ou momentos em que você está fora de casa”, destaca Jacqueline.

Por ser um suplemento bastante básico, o consumo de whey não tem muito segredo. “Pode ser consumido todos os dias e não há um horário específico para isso”, pontua Jacqueline. “O melhor horário de consumo vai depender de fatores como rotina, local das refeições, horário da atividade física, momentos do dia em que a pessoa sente mais fome, entre outros pontos. Isso é muito variável e deve ser avaliado individualmente, em consulta”, complementa a especialista.

Apesar de ser altamente indicado como refeição pós-treino, o Whey pode ser ingerido em qualquer hora do dia.

“Não é indicado passar mais de seis horas sem consumir proteína, para que não ocorra o catabolismo muscular. Assim, o mais importante é consumir esse nutriente de forma fracionada ao longo do dia”, orienta o nutricionista Eduardo Lustosa.

Vale ressaltar que, embora seja mais utilizado no contexto esportivo, o whey pode ser consumido em diversas situações. “Adolescentes, adultos e idosos — todos eles são aptos a tomar whey protein a fim de equilibrar a dieta e suprir o aporte proteico necessário”, indica Eduardo. “No caso dos idosos, o whey é indicado com frequência, uma vez que, nessa fase, a queda de massa muscular é acentuada”, complementa Jacqueline.

Convencionalmente, o whey é consumido misturado com água ou leite. Essa é maneira mais simples e popular de tomá-lo, sendo também extremamente eficaz e prática. “Quando misturado com água, o whey tem uma absorção muito boa, mas quando é feito com leite, você aumenta a fonte proteica, potencializando aquela refeição”, explica Eduardo. No entanto, em termos de sabor, muitas vezes essas opções podem se tornar desagradáveis com o tempo, visto que é muito comum o gosto do whey com água enjoar.

Adicionar o whey ao mingau de aveia é uma ótima maneira de ingerir a proteína de forma saborosa

O que muita gente não sabe é que, graças à sua versatilidade, esse suplemento pode ser ingerido de diversas maneiras diferentes, variando texturas e sabores. “É possível trabalhar a variedade nas formas de consumo, considerando as preferências da pessoa. São muitas as opções, e o whey não perde as suas propriedades ao ser aquecido”, destaca Jacqueline.

“Iogurtes, bolos, caldas, panquecas, vitaminas, mingaus, salada de fruta: o whey pode ser consumido de todas essas formas”, enfatiza Eduardo. Outra dica que o nutricionista dá é variar os sabores. “Hoje, a própria indústria oferece vários: doce de leite, beijinho, chocolate belga, paçoca, entre outros”, enumera.

Myllena Veríssimo, 26 anos, consome whey protein regularmente há três anos. Para ela, o ganho de massa magra foi uma das melhorias observadas com o uso do suplemento. “Percebi uma melhora no aspecto da minha pele. Também me sinto mais saciada ao longo do dia”, relata.

No entanto, Myllena conta que já experimentou a sensação de ter enjoado do gosto do whey, principalmente ao tomá-lo com água ou leite. “Acabei mudando a forma de consumir e testei algumas receitas para variar”, diz. “Já fiz bolo, panqueca, caldinha por cima das frutas”, completa.

“Eu costumo misturar com café e, às vezes, congelo para facilitar. Batendo bem no liquidificador e congelando fica bem parecido com um picolé”, conta. “Também misturo whey de chocolate com café solúvel e vira tipo um capuccino. É ótimo para dias mais frios”, finaliza.

A proteína do soro do leite tem sido amplamente utilizada na indústria de alimentos, e hoje existem muitas opções de lanches industrializados feitos com whey. “Aqui, a vantagem está no acesso facilitado, já que hoje encontramos essas opções em diversos mercados. Além disso, são alternativas ainda mais práticas para a correria do dia a dia”, afirma Jacqueline.

A panqueca de Whey é uma alternativa de café da manhã ou lanche que pode matar a vontade de comer doce

“Iogurte proteico, barrinhas de proteína podem ser bons substitutos de refeição para os dias em que você está corrido e não conseguiu planejar sua dieta”, destaca Eduardo. “No entanto, é muito importante que você faça a leitura dos rótulos para que não consuma uma quantidade muito grande de outros produtos e substâncias”, continua.

“No geral, esses alimentos são mais processados e, portanto, contêm uma quantidade maior de aditivos em sua composição. A dica é sempre preferir opções com menos ingredientes e lembrar da regrinha: descascar é melhor que desembalar”, completa Jacqueline.

*Estagiária sob a supervisão

de Sibele Negromonte

Zema critica ‘retrocessos’ no governo Lula e fala em ‘novo Petrolão’

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticou o que chamou de “retrocessos” do governo federal, comandado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em seu discurso de encerramento no encontro do Consórcio de integração Sul-Sudeste (Cosud), em Porto Alegre, neste sábado (2/3), o mineiro disse que, ao contrário dos estados das duas regiões, o governo federal tem “olhado para o passado”.

Sem citar o nome do presidente Lula, ou do Partido dos Trabalhadores (PT), Zema destacou as discussões em torno das mudanças na Reforma Trabalhista e na autonomia do Banco Central, temas que já foram abordados pelos petistas. O governador também se adiantou e criticou possíveis mudanças na Lei das Estatais.

“É lamentável que, depois do avanço da Reforma Trabalhista, tenha gente que fica discutindo para desfazê-la. É lamentável que depois da melhoria na governança das estatais, venhamos a perder tempo em desfazer esse grande avanço, que vai evitar um novo Petrolão”, disse.

Ao lado dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos, São Paulo), Claudio Castro (PL, Rio de Janeiro), Eduardo Leite (PSDB, Rio Grande do Sul), e Ratinho Júnior (PSD, Paraná), Zema disse que entre os anos 1900 e 1980 o país viveu um crescimento semelhante ao da China, mas retrocedeu por “olhar para o passado”.

“Infelizmente, de 1980 para cá, nós entramos naqueles países letárgicos de crescimento lento. O último dado que tive acesso, o Brasil representava 2,3% da economia do mundo, um retrocesso muito grande”, avaliou.

Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,9% em 2023, superando as previsões de economistas que apontavam um crescimento menor do que 1%. O PIB total chegou em R$ 10,9 trilhões, colocando o país de volta ao grupo das 10 maiores economias globais.

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O revés venezuelano com decisão de corte internacional de manter investigação por supostos crimes contra a humanidade

O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sofreu um revés com a rejeição de um recurso de apelação perante a Corte Penal Internacional (CPI), onde buscava interromper as investigações sobre possíveis crimes contra a humanidade.

“A Câmara de Apelações (…) rejeita os argumentos apresentados pela Venezuela. Recusa as apelações e confirma a decisão impugnada”, declarou o juiz Marc Perrin de Brichambaut ao tribunal sediado em Haia, conforme relatado pela agência AFP.

Em novembro de 2021, a Venezuela tornou-se o primeiro país da América Latina no qual a CPI iniciou uma investigação formal, após o promotor britânico Karim Khan anunciar a abertura do caso conhecido como “Venezuela I”, relacionado a alegados crimes contra a humanidade ocorridos em 2017.

Nesse ano, violentos protestos contra o governo de Maduro eclodiram, com milhares de pessoas indo às ruas devido à escassez de alimentos e medicamentos, inflação e insegurança.

As manifestações foram intensificadas pela suspensão de um referendo revogatório contra o presidente.

O recurso de apelação da Venezuela

No ano passado, o governo de Maduro apelou uma decisão favorável à retomada da investigação, argumentando que o princípio da complementaridade deveria ser respeitado.

Esse princípio estabelece que um tribunal internacional complementa a justiça nacional e só pode intervir se um país não estiver investigando os mesmos crimes.

Segundo a agência Reuters, os juízes de apelação unânimes rejeitaram todos os argumentos da apelação, dando luz verde à Procuradoria do CPI para retomar as investigações sobre os abusos.

Em resposta à decisão, o governo venezuelano expressou em um comunicado seu “desacordo” com a decisão, alegando que ela “responde à intenção de instrumentalizar os mecanismos da justiça penal internacional com fins políticos, baseando-se em acusações de supostos crimes contra a humanidade que nunca ocorreram”.

A nota também afirma que toda essa manobra foi construída a partir da manipulação de um pequeno conjunto de crimes e acusa a oposição de distorcer casos de alegadas violações dos direitos humanos.

O governo de Maduro assegura estar investigando as denúncias e sustenta que não houve crimes contra a humanidade em larga escala.

Em 2020, Khan afirmou que havia “bases razoáveis” para acreditar que funcionários governamentais e militares perpetraram desaparecimentos forçados, execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias e torturas contra dissidentes durante os protestos de 2017, nos quais 125 pessoas perderam a vida.

A decisão da Sala de Apelações da CPI foi aplaudida por organizações de defesa dos direitos humanos na Venezuela, em meio a protestos exigindo a libertação da ativista Rocío San Miguel, detida em 9 de fevereiro.

Durante vários dias, as autoridades não forneceram informações sobre seu paradeiro e negaram acesso a familiares e advogados.

San Miguel foi acusada de participar de uma alegada conspiração para assassinar Maduro e permanece detida em El Helicoide, denunciado pela dissidência como “o maior centro de tortura da Venezuela”.

A detenção de San Miguel foi qualificada como desaparecimento forçado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, uma afirmação que enfureceu Maduro, levando-o a ordenar a expulsão de todo o pessoal dessa instância na Venezuela.

A Missão Internacional Independente de Determinação dos Fatos sobre a Venezuela, um mecanismo da ONU com um mandato separado do Alto Comissariado, investigou e documentou casos de execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias, torturas e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes ocorridos desde 2014.

Para ser verde é preciso agir

SILVIO RANGEL

Presidente do Bioind MT (Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso) e da Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT)

Na história do mundo, as grandes transformações são resultado de mudanças em diferentes níveis e amplitudes. Envolvem decisões de governo, aperfeiçoamentos legislativos, engajamento do setor privado e, principalmente, envolvimento da sociedade. É assim com o enfrentamento das mudanças climáticas. Poucas vezes, na trajetória da humanidade, um tema passou a mobilizar a atenção de tantas nações do planeta à medida em que os efeitos do clima se tornam palpáveis na vida das pessoas.

Nessa questão, que envolve transformações transversais no modo de produção global, o Brasil está melhor posicionado do que muitos países desenvolvidos. Somos uma superpotência verde: segundo maior produtor mundial de etanol e com 79% de participação de fontes renováveis na sua matriz elétrica, contra menos de 20% nas nações mais ricas.

Boa parte dessa posição não é resultado apenas das riquezas naturais do país. Veio, principalmente, de iniciativas públicas e privadas para o correto aproveitamento das aptidões nacionais em direção a fontes limpas. É o que ocorre desde os anos 1970 e continua ainda hoje com a campanha #Vai de Etanol, lançada recentemente pela Única (União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia), além de ações de estados, como o de Minas Gerais, e de empresas e instituições públicas, como Correios e o Supremo Tribunal Federal (STF), de adotar o etanol como combustível preferencial no abastecimento de veículos flex. São políticas que transpõem do papel para as ruas a questão climática.

O etanol é reconhecidamente um dos protagonistas da transição energética no Brasil e no mundo. Sua cadeia produtiva é, notadamente, um dos exemplos mais bem acabados de economia circular. Da cana-de-açúcar e do milho, que são matéria-prima para o biocombustível, também é possível produzir fertilizante, proteína vegetal para alimentação animal e levedura; e gerar créditos de carbono para o setor de combustíveis líquidos, por meio do programa RenovaBio. Além disso, essa indústria entrega energia elétrica (cogeração, biogás) e biometano, um substituto renovável do gás natural.

Mato Grosso é parte importante dessa mudança. É hoje o maior produtor de etanol de milho, deve finalizar a safra 23/24 como segundo maior de etanol (milho e cana) do Brasil e pode sediar, no médio prazo, a primeira indústria de etanol carbono negativo do mundo, por meio da tecnologia de BECCS (bioenergia com captura e armazenamento de carbono).

O protagonismo do etanol pode ser ainda maior. Está em tramitação no Congresso o projeto de lei que cria o programa Combustível do Futuro. A proposta prevê aumento para até 30% da mistura de etanol na gasolina, além de estabelecer marcos regulatórios para o Combustível Sustentável de Aviação (QAV, na sigla em inglês) e para o diesel verde.

Essa mudança precisa ganhar maior tração nas ruas, no consumo de combustíveis veiculares. Há algum tempo, a sociedade tem mudado seus hábitos de compra para atender às necessidades urgentes do mundo, como o cuidado com o meio ambiente. E, há algum tempo, os mitos sobre o uso de etanol caíram por terra. O etanol é bom para o motor do carro. Impede formação de depósitos de sujeira; tem um preço competitivo em relação à gasolina; além de reduzir as emissões de CO² em até 90%. Reúne benefícios para você e para o planeta.

Entre 2003, ano do lançamento dos carros flex, e março de 2022, o uso de etanol evitou que mais de 630 milhões de toneladas de CO² fossem lançadas na atmosfera. Para efeito semelhante na natureza, seria necessário cultivar 4,5 bilhões de árvores pelos próximos 20 anos. É um benefício e tanto. Cada vez que você abastece com biocombustíveis, a qualidade do ar melhora. É como se estivesse plantando árvores.

Hoje, o etanol é uma das rotas tecnológicas mais promissoras para a construção de uma nova era da mobilidade sustentável. E o consumidor tem papel fundamental nessa transformação global, que passa pela escolha do combustível para abastecer o seu carro. Construir um novo futuro, mais sustentável, é um processo coletivo, erguido passo a passo. Tanque a tanque.

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TAP terá 96 voos semanais de Portugal para o Brasil, seu maior mercado

Lisboa — Seis em cada 10 passageiros transportados pela TAP Air Portugal são para o Brasil. Somente no ano passado, foram 1,1 milhão de viajantes transitando entre o país e Portugal. Diante desse enorme fluxo e de uma demanda que não para de crescer, a companhia aérea vai aumentar a frequência de voos entre os dois países durante o verão europeu, a partir de junho. No total, serão 96 voos semanais, 16 a mais que no ano passado.

Segundo Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas, a companhia tinha acabado de anunciar a ampliação das frequências para o Brasil, de 80 para 91, mas teve de rever esse número para cima para suprir a procura por passagens por parte dos brasileiros e também dos portugueses que cruzam o Atlântico. “Fomos obrigados a rever nosso planejamento. Vão ganhar mais voos diários Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Recife, Salvador e Belém. No total, a frequência de voos vai aumentar 20%”, ressalta. A TAP tem 13 rotas ligando o Brasil a Portugal.

A maior oferta de voos não implicará, necessariamente, em preços mais baixos para as passagens aéreas. “As tarifas seguem uma dinâmica de oferta e procura. Quanto mais oferta existe, e nós estamos ampliando a oferta, mais se diluem os preços. Mas a mecânica é aquela de sempre. Compre com antecedência que vai ter acesso aos melhores preços”, afirma Antunes.

Ele acrescenta que a TAP chegou a acreditar que a demanda por passagens áreas entre Brasil e Portugal iria se estabilizar, mas não foi o que ocorreu. Muito pelo contrario. “A procura é do lado de Portugal e também do lado brasileiro. Nós monitoramos todos os mercados que operamos, e vemos um ciclo positivo, diante da recuperação da economia”, complementa.

Outro ponto identificado pela TAP foi um fluxo crescente de passageiros oriundos de outros países da Europa querendo ir para o Brasil. “Isso tem muito a ver com o esforço de promoção que vem sendo feito pelo governo brasileiro, pelos estados, para atrair turistas. A cada um dólar investido em promoção, o retorno é enorme”, enfatiza. A empresa voa para 50 destinos da Europa, com destaque para Espanha, Itália, Reino Unido, França e Alemanha.

“Nosso grande diferencial é que voamos para destinos secundários na Europa, partindo de Lisboa. Então, o passageiro de Brasília que fosse para Hamburgo, na Alemanha, e optasse por qualquer outra companhia, teria de ir para São Paulo, depois Frankfurt e, por fim, para Hamburgo. Nós, de Brasília, pousamos em Lisboa e, em seguida, em Hamburgo. Um voo muito mais curto”, detalha o executivo.

A TAP só não dá passos maiores neste momento por causa das limitações de seu plano de reestruturação para a privatização. Até 2025, a empresa pode operar apenas com os aviões que detém, no máximo, remanejar frequências ou rotas. “Trabalhamos com o maior eficiência, remanejando aviões. Mas não dá para transformar tudo. Há limites”, destaca Antunes.

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