Com aumento dos combustíveis, prévia da inflação tem alta de 0,19%

A prévia da inflação de agosto teve uma alta de 0,19%, após taxa de 0,30% registrada em julho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira (27/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que a maior variação (0,83%) e o maior impacto (0,17 ponto percentual) vieram do grupo Transportes.

No grupo Transportes (0,83% e 0,17 p.p.), o resultado foi influenciado pelos combustíveis (3,47%), principalmente pela gasolina (3,33% e 0,17 p.p.). Etanol (5,81%), gás veicular (1,31%) e óleo diesel (0,85%) também apresentaram altas. Por outro lado, as passagens aéreas registraram queda nos preços (-4,63% e -0,03 p.p.).

Em Educação (0,75%), os cursos regulares subiram 0,77% principalmente por conta dos subitens ensino superior (1,13%) e ensino fundamental (0,57%). A alta dos cursos diversos (0,47%) foi influenciada principalmente pelos cursos de idiomas (0,96%).

O levantamento aponta que na sequência, destacam-se os grupos Educação com 0,75% e Artigos de residência com 0,71%. Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,35%, abaixo dos 4,45% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2023, a taxa foi de 0,28%.

Os dados mostram que dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em agosto. Já o grupo de Alimentação e bebidas ficou em -0,80% apresentando queda pelo segundo mês consecutivo.

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Governo federal estuda medidas para tentar baratear gás natural

Nesta segunda-feira (dia 26), o governo federal deve anunciar uma série de medidas para reduzir os preços do gás natural no Brasil, melhorando as condições de competição. Segundo técnicos, a ideia é que o custo de infraestrutura e escoamento do produto caia dos atuais US$ 9 por milhão de BTU para até US$ 2 por milhão de BTU.

Interlocutores do mercado apostam em uma queda que pode chegar a 40% no preço do gás. As ações, que preveem mudanças nas regras do setor, serão discutidas em reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Concorrência

Entre as medidas que poderão ser adotadas, antecipadas no último sábado pelo jornal Valor Econômico, uma é permitir que a estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) possa concorrer com a Petrobras na comercialização, escoamento e processamento de gás no país. Com isso, o governo federal poderá vender o produto diretamente no mercado, sem depender da Petrobras.

Esse caminho é bem visto pela Abrace, associação dos grandes consumidores de combustíveis. Segundo a entidade, a medida é positiva porque atende, em parte, o que definiu a lei do gás, que prometia uma abertura de mercado. Além disso, trará mais transparência ao setor.

Preço-teto em discussão

Outra medida em discussão permitirá que Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) tenha um preço-teto pelo uso dos gasodutos que levam o gás do alto-mar até a costa brasileira. A ANP fará as contas com base nos custos e nos investimentos amortizados pelos gasodutos.

Também está prevista a criação do Comitê de Monitoramento do Setor de Gás Natural (CMSGN), que vai operar de maneira similar ao CMSE. O decreto em elaboração com as novas regras criará uma consulta pública para propor a harmonização entre a legislação federal e as regras estaduais na atividade de distribuição de gás natural, que está a cargo dos governadores.

Há ainda, no radar, medidas em estudo para a diminuição da reinjeção de gás nos poços de petróleo explorado em alto mar. Hoje, com o gás reinjetado, as petrolíferas conseguem retirar petróleo com mais facilidade, por causa do aumento da pressão no campo, mas o nível de desperdício de gás é alto.

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Bombeiros indicam riscos aos banhistas e quais cuidados tomar, após tia e sobrinho morrerem tentando fazer selfie em cachoeira

Dá vontade de posar para eternizar o momento. As belas paisagens naturais ficam bem na foto. Uma selfie parece a melhor escolha, mas o “clique” pode ser perigoso. Descuidos, por mais breve que sejam, podem levar a acidentes e até à morte em locais que oferecem diferentes riscos, como de ferimentos e afogamentos. Aquela olhada rápida nas águas — seja de cachoeiras, rios e mares — pode enganar de que está tudo bem.

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É preciso atenção redobrada e seguir cuidados básicos — ou que já deveriam ser. Em áreas rochosas, em que há risco das pedras estarem úmidas, sapatos especiais reduzem os riscos de escorregar. Outro item que deveria estar à mão são os coletes salva-vida, normalmente ofertados apenas em embarcações.

Também é fundamental saber como agir em situações de perigo. Por exemplo, quando uma pessoa é levada pela onda do mar. Apesar da reação de tentar realizar o resgate, há um protocolo para a ajuda sem colocar mais pessoas em riscos.

O caso mais recente resultou na morte de Débora Mothe, de 43 anos, e de Romulo Lopes Cordeiro, de 16. Eles estavam em uma cachoeira na localidade de Morangaba, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense do Rio. A tia teria se desequilibrado ao tentar tirar uma foto e o sobrinho tentou ajudá-la, também caindo.

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O Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro indica os cuidados que devem ser adotados em diferentes espaços, como cachoeiras, costões, pedras e até nos mirantes. O órgão lançou, em 2022, a campanha “Sua vida vale mais que uma selfie” após o crescimento no número de casos, muitos resultando em morte, em que as pessoas se arriscam para fazer as imagens. Peças da campanha são divulgadas nas redes sociais oficiais dos bombeiros com vídeos para causar impacto.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros do Rio, major Fábio Contreiras, fala dos principais cuidados ao visitar espaços naturais. Veja quais são:

1 – Conferir o tempo

Antes de ir para a cachoeira, confirmar e se certificar sobre a previsão do tempo, se não choveu no dia anterior ou se está chovendo em uma cidade próxima. A cachoeira faz parte de um rio, então, se há chuva em um local próximo, pode resultar no aumento do nível da água em todo o curso, o que pode acontecer a chamada “cabeça d’água”, em que as pessoas são surpreendidas em questão de segundos.

Deve-se estar atento ao redor. Como notar o aumento no número de folha, de galho e na quantidade de troncos. Outra coisa comum é a mudança na cor da água, que fica mais turva, além do aumento da correnteza. Pode ser fatal para há chance da pessoa ser arrastada e se afogar.

2 – Não pular das pedras

Embora possa parecer divertido, não se deve saltar das pedras altas mesmo que seja um visitante assíduo da cachoeira e julga já conhecer a profundidade. O risco de saltar de uma pedra muito alta é cair na água e colidir com uma pedra, um tronco, o relevo do solo no fundo. Não há visibilidade e, com o fluxo de água diário, é natural que troncos e outros materiais sejam deslocados. Acidentes assim podem causar lesões gravíssimas e até mesmo a morte, independente da posição em que salta.

3 – Evitar consumir bebida alcoólica

O equilíbrio e reflexo ficam prejudicados com a ingestão de bebida alcoólica. O consumo influencia no aumento dos acidentes tanto por afogamento como por queda. O indicado é não ingerir essas bebidas ao longo de todo o passeio.

4 – Não fazer fotos na ponta das pedras

O risco de queda é muito alto. O ideal é pedir que outras pessoas façam fotos suas. Os riscos de escorregar é muito grande. Naturalmente, as pedras são escorregadias, seja por acúmulo de musgo e de limo, ou pelo atrito constante com a água, que pode deixá-la mais lisa, isto é, menos ásperas, o que teria algum atrito.

5 – Calçados adequados

Aos aventureiros que querem caminhas em ambientes com pedras, é fundamental investir em calçados adequados para este tipo de solo. Tais modelos são propícios para caminhar e ficar nessa superfície. Eles são mais aderentes, geralmente, com um solado de borracha, e dão mais segurança para quem vai fazer esses passeios.

6 – Refluxo nas cachoeiras

Ficar longe das pedras centrais. O acidente pode acontecer por conta do fenômeno de um movimento de rodamoinho a partir da correnteza, que não é possível ser visto na superfície, e a pessoa é puxada para baixo. A pessoa fica onde parece um ralo. A força da água da correnteza acaba encontrando obstáculos, como as diversas pedras, em que se divide para contornar e, se a profundidade for alta, pode acontecer o refluxo e acaba levando a pessoa para o fundo. É preciso cuidado se a correnteza da cachoeira estiver forte. Deve-se evitar ficar perto das pedras que ficam no meio da correnteza. Os locais mais fundos devem ser evitados, já que os refluxos geralmente são formados no fundo da água.

7 – Colete salva-vidas

Um item de segurança que não faz parte (mas deveria) da vida dos banhistas é o colete salva-vidas, segundo o porta-voz dos Bombeiros é uma das dicas mais importantes. Para escolher um, é preciso ser uma das marcas homologadas pela Marinha do Brasil, que, na maioria das vezes, são feitos com espuma e têm certificado.

8 – Objetos flutuantes

Caso aconteça um acidente, com uma pessoa caindo na água, não se deve nadar até ela para tentar fazer o salvamento. O indicado é jogar um objeto flutuante, que pode ser uma boia, uma tampa de isopor. A pessoa deve se agarrar ao objeto e aguardar a chegada do socorro. O Corpo de Bombeiros, através do 193, deve ser acionado.

9 – Não tente fazer o resgate

Embora o impulso seja tentar ajudar entrando na água e nadando em direção à pessoaque está se afogando, esse não é o indicado. A depender do cenário (cabeça d’água, refluxo, ressaca, mar revolto, entre outros), ao tentar ajudar, pode se tornar uma segunda vítima. O indicado é seguir os passos descritos acima.

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Candidatos à Prefeitura de Vila Velha, no ES, declaram bens de R$ 3,5 milhões; confira

Os seis candidatos à Prefeitura de Vila Velha , Grande Vitória, nas eleições deste ano declararam mais de R$ 3,5 milhões em bens à Justiça Eleitoral. Entre os itens descritos, estão apartamentos, casas, terrenos veículos, aplicações financeiras e dinheiro em espécie.

A declaração dos bens é um item obrigatório para o registro de candidatura. Os valores e bens podem ser consultados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Podem ser declarados patrimônios que variam entre imóveis, automóveis, investimentos financeiros e saldos em contas correntes e poupança.

Segundo os dados, o candidato com o maior patrimônio é o Coronel Ramalho (PL), com R$ 1.962.245,56, enquanto o Professor Nicolas Trancho (PSOL) tem o menor: R$ 20.015,00

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Veja abaixo o patrimônio declarado por cada candidato ao Executivo de Vila Velha. A lista está organizada por ordem alfabética.

Arnaldinho Borgo (Podemos) – R$ 420.000,00

🏠 Imóveis: Apartamento e uma loja – R$ 180.000.

🚗 Veículos: Carro – R$ 240.000,00.

Coronel Ramalho (PL) – R$ 1.962.245,56

🏠 Imóveis: Terreno – R$ 1.700.000.

💹 Investimentos: Conta corrente, aplicações, dinheiro em espécie – R$ 112.445,56.

🚗 Veículos: Carro R$ 149.800,00

Gabriel Ruy (Mobiliza) – R$ 240.000,00

🏠 Imóveis: Apartamento – R$130.000,00.

💹 Investimentos: Poupança, conta corrente – R$ 110.000,00.

João Batista Babá (PT) – R$ 182.645,30

🏠 Imóveis: Casa e apartamento – R$ 130.645,30.

🚗 Veículos: Carro – R$ 52.000,00.

Maurício Gorza (PSDB) – R$ 711.465,47

🏠 Imóveis: Apartamentos e terreno – R$ 602.601,28.

💹 Investimentos: Aplicação, caderneta de poupança, conta corrente e linha telefônica – R$ 108.864,19.

Professor Nicolas Trancho (PSOL) – R$ 20.015,00

💹 Investimentos: Ações e aplicação R$ 11.015,00.

🚗 Veículos: Moto R$ 9.000,00.

VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo

O ilustre antepassado de Silvio Santos que teria financiado reis da Espanha e até Colombo

No 11º arrondissement de Paris, uma congregação judaica ortodoxa construída em estilo modernista e inaugurada em 1962 é chamada de Sinagoga Dom Isaac Abravanel. Para brasileiros, o sobrenome imediatamente remete a uma das maiores personalidades da TV: o apresentador e empresário Silvio Santos, que morreu no sábado (17/8), cujo nome oficial era Senor Abravanel (1930-2024).

E se a biografia de Silvio Santos teve contornos de superação, de quem ascendeu financeira e socialmente enfrentando adversidades, a trajetória de seu antepassado ilustre, Isaac Abravanel (1437-1508), também foi rica em episódios emblemáticos.

A genealogia ilustre de Silvio Santos era conhecida no Brasil pelo menos desde a publicação, em 1990, do livro O Baú de Abravanel – Uma Crônica de Sete Séculos Até Silvio Santos, do jornalista Alberto Dines (1932-2018).

Em seu programa do SBT, emissora do qual era dono, o apresentador e empresário falou sobre o assunto quando, certa vez, foi perguntado por uma telespectadora sobre seu nome verdadeiro.

Em sua sucinta resposta, Silvio Santos demonstrou orgulho das raízes, dizendo que seu antepassado foi “o homem que consertou as finanças de Portugal, depois foi chamado por Isabel e Fernando [monarcas espanhóis] para consertar as finanças da Espanha”.

Ele lembrou que os judeus foram perseguidos pela inquisição católica e Isaac, mesmo convidado pelos reis espanhóis a ficar, decidiu exilar-se junto a seu povo. Mas enfatizou que seu ancestral “deu dinheiro para que [o navegador Cristóvão] Colombo viesse descobrir a América”.

Isaac ben Judah Abravanel — ou Abarbanel, conforme alguns registros — foi um filósofo, comentarista bíblico e financista judeu português. Ele nasceu em Lisboa em uma importante família de judeus sefarditas.

“Um judeu sefaradi é tido como judeu vindo de famílias judias originárias da Península Ibérica [atuais Portugal e Espanha] desde a Idade Média e que permaneceram judias até hoje”, explica à BBC News Brasil o rabino Uri Lam, da congregação israelita Templo Beth-El, de São Paulo.

Diretora do Museu Judaico de São Paulo, a historiadora Roberta Alexandr Sundfeld, complementa à BBC News Brasil que os sefardistas “são os judeus que foram expulsos da Espanha durante a Inquisição e se espalharam pela região do mediterrâneo, onde hoje se localiza o Egito, a Turquia, a Síria e o Líbano.”

Quadro mostra a expulsão dos judeus da Espanha por Isabel 1ª de Castela e Fernando 2º de Aragão

A vida de 71 anos de Dom Isaac “pode ser dividida geograficamente em três períodos: a fase em Portugal (1437-83), a fase em Castela (1483-92) e a fase na Itália (1492-1508)”, diz o filósofo francês Cedric Cohen-Skalli, em seu livro Don Isaac Abravanel: An Intellectual Biography (Don Isaac Abravanel: uma biografia intelectual, em tradução livre).

Pai do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o historiador Benzion Netanyahu (1910-2012), professor emérito da Universidade Cornell (EUA), também escreveu um livro a respeito de Abravanel.

Em Don Isaac Abravanel: Statesman and Philosopher (Don Isaac Abravanel: Estadista e Filósofo, em tradução livre), o acadêmico define o antepassado de Silvio Santos como “a figura histórica mais notável entre os judeus no período final da Idade Média”.

“Estadista, diplomata, homem da corte e financista de renome internacional, ele foi, ao mesmo tempo, um erudito enciclopédico, um pensador filosófico, um exegeta renomado e um escritor brilhante”, elogia.

“A combinação de qualidades tão diversas, tão altamente desenvolvidas, em um único homem, é um fenômeno raro em qualquer época. Não foi menos raro entre os judeus da Idade Média.”

Para Benzion Netanyahu, “em Abravanel encontraram-se e terminaram duas longas linhas de tradição: a dos estadistas judeus medievais e a dos filósofos judeus medievais”.

É por isso que muitos pesquisadores contemporâneos tendem a situar Abravanel como “um dos inventores da modernidade judaica”.

Sinopse biográfica enviada pelo rabino Lam à reportagem ressalta isso, lembrando que o personagem foi “comerciante, banqueiro e financista da corte, estudioso versado tanto em escritos judaicos quanto cristãos, pregador e exegeta”, além de “destacado ator político em círculos reais e comunidades judaicas”.

O relato ainda diz que Abravanel “foi um dos maiores líderes e pensadores do judaísmo ibérico após a expulsão [da península] em 1942”, era “um tradicionalista com ideias inovadoras” e “um homem com um pé na Idade Média e outro no Renascimento”.

“Erudito, autor de uma monumental obra exegética que ainda é estudada hoje, e ávido colecionador de livros, ele foi uma figura de transição, definida por uma era de contradições”, acrescenta o texto. “No entanto, são essas mesmas contradições que o tornam uma personalidade tão importante para entender o início da modernidade judaica.”

Claro que nem tudo são elogios.

Um dos maiores pesquisadores do planeta sobre a história da escravidão no ocidente, o historiador norte-americano David Brion Davis (1927-2019), professor na Universidade de Yale, escreveu que Abravanel foi um dos defensores da tese de que os africanos eram descendentes de Caim [o personagem bíblico que matou o irmão Abel, naquele que seria o primeiro homicídio da história], e isso acabou sendo argumento para justificar a discriminação racial contra os negros e justificativa para a escravidão de povos da África.

“Ele foi ativo durante um período de grandes mudanças e crises que moldaram não apenas o curso de sua própria vida e pensamento, mas também, em grande medida, o rosto do início da era moderna como um todo”, pontua Cohen-Skalli. “Em cada fase de sua vida, Dom Isaac Abravanel desfrutou de sucessos impressionantes. E em cada fase, esses sucessos foram-lhe arrancados pela mão do destino — ou, mais precisamente, pelas marés da história.”

“Isaac Abravanel era, entre outras coisas, um prolífico comentarista bíblico. E suas interpretações são estudadas em colégios rabínicos do mundo inteiro ao lado de outros gigantes da exegese bíblica judaica”, afirma à BBC News Brasil o historiador, hebraísta e rabino Theo Hotz, apresentador do podcast Torá com Fritas.

O apresentador e empresário Silvio Santos morreu aos 93 anos

Em Portugal

“Os Abravanel, eles próprios, tinham plena certeza e orgulho da nobreza de sua origem — tanto que, de fato, reivindicavam a descendência da dinastia de David [líder da antiguidade que, conforme relatos bíblicos, teria consolidado o poder de Israel]”, diz o historiador Netanyahu, comentando, contudo, que a árvore genealógica conhecida e comprovada da família não ia além de cinco gerações antes de Isaac.

Segundo o filósofo Cohen-Skalli, a família de Isaac Abravanel era formada por ricos banqueiros e comerciantes judeus que haviam emigrado de Castela, hoje Espanha, para Portugal após os pogroms ocorridos lá em 1391.

“Durante seus 46 anos em Portugal, ele se tornou um dos mais ricos banqueiros judeus do reino, além de ter sido um líder comunitário e um intelectual que participou ativamente nos discursos judaicos e cristãos do reino”, afirma o filósofo.

Netanyahu lembra que a transferência dos Abravanel de Castela para Portugal coincidia com um momento em que o reino lusitano experimentava um período de renascimento, depois da famosa Batalha de Aljubarrota, de 1385. Havia um espírito de nacionalismo e oportunidades de crescimento.

“Os Abravanel chegaram a Portugal em um momento em que o clima social do país podia ser hostil aos judeus, mas o cenário político vigente era ainda favorável aos judeus, já que não havia falta de oportunidades para empreendimentos financeiros”, afirma o historiador.

De acordo com ele, isso fez com que o pai de Isaac Abravanel “ascendesse sem muita dificuldade para posições proeminentes no mundo financeiro e político”. De acordo com Netanyahu, o avô de Isaac teve cargos junto à monarquia de Castela e seu pai havia sido tesoureiro de um dos príncipes da corte portuguesa.

Isaac teve, então, uma infância privilegiada. Foi educado com estudos de latim e dos clássicos romanos, cresceu poliglota: falava português, castelhano, latim e hebraico — língua esta na qual ele recebeu a educação básica, seguindo a tradição da intelligentsia medieval judaica. Aprendeu Filosofia Grega e Árabe, estudando de Aristóteles a Avicena, e também Ciências Naturais, o que incluía, na época, Medicina e Astrologia.

Segundo o historiador e biógrafo, graças à atuação proeminente de seu pai, ele foi uma criança acostumada “a frequentar palácios”.

“Por natureza, ele possuía, no entanto, uma sede de verdade. Sede esta que a filosofia, já que não podia saciar, intensificava; e, como outros racionalistas desiludidos, voltou-se para a religião e para o misticismo”, diz Netanyahu.

Mas o ponto mais importante do sucesso social de Abravanel, sem dúvida, estava na sua proximidade com a alta cúpula do poder.

“Ele mantinha estreitas relações com a nobreza e com o rei Afonso 5º [(1432-1481)]”, diz o francês Cohen-Skalli. “Servia à nobreza concedendo empréstimos, tributando suas terras e conduzindo o comércio. Em troca, recebia privilégios e grandes propriedades, bem como o título de ‘dom’.”

Ele passou a trabalhar com o rei Afonso 5º em 1472 e, segundo Netanyahu, “atingiu o mais alto estágio de prestígio e poder em Portugal” nos últimos três anos do monarca, ou seja, até 1481.

Conforme diz à BBC News Brasil a historiadora espanhola Yolanda Alonso Rodríguez, pesquisadora mestranda em Estudos Medievais na Universidade do Porto, Isaac Abravanel teve carreira “brilhante” ao lado do rei Afonso, tornando-se ministro das Finanças e tesoureiro da corte. Ele também manteve “relações estreitas com membros da casa de Bragança”.

Sua notoriedade era pública na sociedade lisboeta. Abravanel dava aulas de Filosofia e de judaísmo, escreveu obras a respeito de livros bíblicos e se correspondia com intelectuais, tanto judeus quanto cristãos. Segundo Cohen-Skalli, “suas opiniões e ideias sobre diversos temas eram muito respeitadas”.

“Parecia que nada poderia lançar uma sombra sobre essa prosperidade econômica, intelectual e social. Mas, em 1481, com a morte do rei Afonso 5º, sua boa sorte chegaria ao fim”, anota o biógrafo.

O sucessor no trono português, João 2º (1455-1495), em “apenas dois anos […] conseguiu reverter e eliminar todas as conquistas da família Abravanel em Portugal”, diz Cohen-Skalli. “Dom Isaac foi forçado ao exílio em Castela.”

Netanyahu explica que João 2º passou a “restringir os direitos dos judeus” com o objetivo de “reduzir suas influências no país”.

Na Espanha

Migrar para Castela parecia um destino óbvio para quem era de família vinda de lá. Cohen-Skalli lembra, contudo, que quando chegou lá, em 1483, “Dom Isaac já não era mais um homem jovem” e se viu “obrigado a reconstruir sua reputação em um novo, embora de certa forma familiar, ambiente”.

“Evidências documentais demonstram que, em dois anos, ele retomou seu papel como líder comunitário e judeu da corte, agora servindo à nobreza castelhana”, relata o filósofo.

O pesquisador nota que tanto pelo “alcance de seus escritos” quanto pelas “somas de dinheiro que ele emprestou”, além de sua “atividade como coletor de impostos” nesse período relativamente curto em que viveu em Castela — foram nove anos — “apontam para seu talento em sobreviver e para sua criatividade e proatividade excepcionais”.

“Pela segunda vez na vida, Dom Isaac conseguiu ascender na sociedade judaica e cristã, enquanto tecia uma síntese única de pensamento judaico e cristão”, afirma Cohen-Skalli.

Menos de um ano depois da chegada a Castela, em março de 1484, Isaac Abravanel foi chamado para uma audiência com os monarcas Fernando de Aragão (1452-1516) e Isabel de Castela (1451-1504), considerados os primeiros reis da Espanha.

Segundo Netanyahu, eles estavam em “desesperada busca por fundos” e esse convite para a reunião certamente “tinha conexão com o problema” já que sua fama, como “conselheiro chefe das finanças, se não o tesoureiro, de Portugal” corria solta.

O historiador afirma que sua experiência anterior era uma credencial aos reis espanhóis, que o viam como “um importante e atrativo” quadro. Fernando e Isabel estavam informados sobre as capacidades, habilidades e criatividade de Abravanel no campo das finanças.

Os oito anos a serviço da monarquia espanhola coincidem com a empreitada mais importante da história desse reinado: o envio do navegador genovês Cristóvão Colombo (1451-1506), comandando uma esquadra de três embarcações, para a América.

A proeza foi concluída em outubro de 1492. Assim, não é exagero o que disse Silvio Santos: não fosse a organização financeira proporcionada por seu antepassado talvez a história das grandes navegações — e da própria conquista do solo americano — tivesse sido um bocado diferente.

“Mas uma nova e inesperada provação logo mudaria irrevogavelmente o curso de sua vida, para não mencionar as vidas de milhares de seus correligionários”, conta Cohen-Skalli.

A pressão da inquisição católica fez com que os reis espanhóis assinassem um edito de expulsão dos judeus do reino. De acordo com texto biográfico escrito pelo rabino Letão Nissan Mindel (1912-1999), Abravanel tentou “evitar a catástrofe”.

“Implorou aos reis que reconsiderassem aquela cruel decisão e ofereceu uma grande soma para o tesouro real. O rei e a rainha não lhe deram ouvidos e rejeitaram suas ofertas de dinheiro”, aponta.

Em três meses, ao longo de 1492, os sefarditas tiveram de decidir: ou se tornavam cristãos ou seriam obrigados a fugir. O historiador Hotz lembra que esse decreto deu “início a uma subdiáspora, levando os judeus sefarditas a se espalharem pelo norte da África, Inglaterra, Holanda, Turquia, terra de Israel, Américas coloniais, entre outros”.

“Aos 55 anos, dom Isaac foi forçado a abandonar seu entorno histórico e o mundo cultural e político no qual ele e sua família haviam conseguido estabelecer seu status ao longo das gerações”, escreve o filósofo Cohen-Skalli.

Na Itália

Ele acabou embarcando com destino à atual Itália.

“Nos últimos 16 anos de sua vida na península itálica, Dom Isaac procurou um novo lar — para si, sua família e alguns outros membros de sua comunidade. A princípio, foi recebido de braços abertos na cidade de Nápoles. Mas em 1495, a invasão francesa da península itálica e as guerras italianas que se seguiram puseram fim aos seus planos de fazer do reino do sul da Itália seu novo lar. Por oito anos, ele vagou entre Sicília, Corfu e a cidade portuária veneziana de Monopoli. Finalmente se estabeleceu em Veneza, onde morreu em 1508”, resume Cohen-Skalli.

A chegada não foi fácil. Segundo Netanyahu, no dia 24 de agosto de 1492 nove caravelas lotadas de exilados judeus chegou ao porto de Nápoles. Os barcos estavam superlotados. Muitos haviam adoecido na árdua viagem, com poucas provisões e péssimas condições sanitárias. Era uma calamidade.

Tudo ia bem. O historiador ressalta que ali ele encontrou novamente “a felicidade”. Até que a invasão francesa criou nova ameaça e ele acabou indo para a Sicília, depois para Monopoli, cidade da região da Puglia, onde viveu pouco mais de 7 anos.

Mindel afirma que foi um período em que Abravanel enfrentou “pobreza e provações”, já que havia perdido toda sua fortuna para os invasores.

Em 1503, mudou-se para Veneza. A então república enfrentava uma crise desencadeada pela descoberta das novas rotas marítimas, contornando a África, que punham em xeque o papel da cidade como entreposto comercial entre Oriente e Ocidente.

Sagaz, Isaac Abravanel submeteu ao conselho da república um plano para regular o comércio de especiarias, oferecendo-se para atuar como diplomata junto a Portugal e estabelecer uma forma de recuperar as finanças debilitadas desde que o navegador Vasco da Gama (1469-1524) havia consolidado a rota ladeando o continente africano.

De acordo com Netanyahu, essa postura comprometida “deixava claro aos prudentes líderes da república que sua pessoa era dotada de boas qualidades e virtudes”.

Como frisa o historiador, essa mediação foi a última “ação diplomática-financeira que teve o engajamento de Abravanel”. No fim de sua vida, ele “devotou todo o seu tempo ao trabalho literário”, principalmente produzindo comentários bíblicos.

“A instabilidade que caracterizou os últimos anos da vida de Dom Isaac foi um destino que ele compartilhou com muitos exilados ibéricos. Mas isso não interrompeu sua criatividade literária, empreendimentos comerciais ou atividade política”, diz Cohen-Skalli. “Pelo contrário: Dom Isaac compôs a vasta maioria de sua obra exegética sob a sombra da incerteza e da itinerância.”

“Durante esses anos, Dom Isaac conseguiu se estabelecer na consciência histórica e religiosa dos exilados sefarditas. Sua atividade literária e seus esforços políticos nos últimos anos de sua vida fizeram dele o herói desses exilados e de seus descendentes, além de elevá-lo ao status de uma figura histórica e espiritual que continua a atrair profundo interesse de judeus e cristãos”, acrescenta o biógrafo.

“Seus sucessos diante de condições adversas e turbulências internacionais são um testemunho impressionante de seus talentos de sobrevivência e resistência, o núcleo em torno do qual sua imagem lendária como líder e escritor foi criada”, completa.

Abravanel morreu em dezembro de 1508. Como as leis de Veneza não permitiam o enterro de judeus, seu corpo foi levado a Pádua.

Legado

Para Cohen-Skalli, a vida plena e ativa de Abravanel “o colocou em estreito contato com grandes desenvolvimentos, inovações e crises nos âmbitos da economia, política, religião, literatura, filosofia e geografia”.

“Ele não era simplesmente um cortesão e comerciante que participava da vida social e econômica de seu tempo. Era também um erudito e autor que respondia às mudanças históricas que afetavam sua vida e a da comunidade judaica, tanto na península ibérica quanto, após a expulsão de 1492, nas comunidades judaicas da Itália e na diáspora sefardita”, acrescenta o francês.

“É verdade que Dom Isaac era um rico comerciante e agiota que servia tanto a nobres quanto a reis. Mas, ao mesmo tempo, era um intelectual com uma educação extremamente diversa: judaica, cristã, islâmica e clássica. Era um professor e exegeta que compôs uma série impressionante de comentários […] além de tratados filosóficos”, salienta ele.

Para o filósofo, tudo isso faz de Isaac Abravanel “uma das personalidades históricas mais fascinantes da baixa Idade Média e do início da era moderna”.

“Dois retratos diferentes de Dom Isaac Abravanel foram gravados na memória coletiva judaica e na memória de estudiosos modernos, respectivamente. O primeiro é o de um líder de exilados durante o período da expulsão no final da Idade Média e do fim da história judaica ibérica. O segundo é o de um pensador judeu inovador que adotou visões republicanas modernas extraídas da literatura do humanismo e do Renascimento”, define Cohen-Skalli.

“A diferença entre a imagem tradicional de Abravanel e sua imagem na erudição moderna aponta para a dificuldade de encaixá-lo em um único período, movimento ou papel. A lealdade de Dom Isaac à sua religião e comunidade lhe conferiu status lendário e o transformou em um símbolo de resistência e sobrevivência judaica, mesmo na era da expulsão. Em contraste, suas visões políticas inovadoras e seu sucesso econômico nas cortes ibéricas e italianas levaram alguns estudiosos a vê-lo como um novo tipo de figura judaica, um precursor do judeu moderno dos séculos 18 e 19”, pontua.

Para o filósofo, essa dicotomia suscita o debate. Isaac Abravanel teria sido “um herói que defendeu o judaísmo […] no alvorecer da era moderna” ou “um judeu imbuído do espírito da modernidade […] que internalizou novas concepções e novos modos de comportamento e expressão”?

A historiadora Rodríguez ressalta que os altos cargos desempenhados por Isaac Abravanel não foram exceção ao contexto da época.

Ela lembra que, naquele contexto, famílias judias “se destacaram no ambiente real de Lisboa” e o caso dos Abravanel não foi “único ou aleatório”.

“Fez parte de uma importante e fundamental rede de funcionários régios e rabinos que exerciam as suas funções com habilidade e sabedoria. E que, durante anos, os monarcas souberam valorizar e incorporar ao cotidiano, apesar das dificuldades constantes que os judeus sofriam na península ibérica”.

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Senado aprova novas regras para pagamento de dívidas dos estados

O Senado aprovou, nesta quarta-feira (dia 14), o projeto de lei que cria o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) para que estados e Distrito Federal possam renegociar dívidas com a União e pagar os débitos em até 30 anos com redução de juros O texto será encaminhado para análise da Câmara dos Deputados.

Atualmente, as dívidas estaduais somam mais de R$ 765 bilhões, sendo que cerca de 90% referem-se a dívidas de quatro estados: Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. As informações são da Agência Brasil.

Transferência de ativos

O PLP 121/2024 , de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também prevê a possibilidade de os estados transferirem ativos para a União como parte do pagamento e estabelece como contrapartida investimento em educação, saneamento, habitação, adaptação a mudanças climáticas, transporte e segurança pública. Os estados que tiverem dívidas com o Tesouro Nacional poderão aderir ao Propag em até 120 dias após a publicação da lei.

Pela proposta, os estados que decidirem entregar ativos à União poderão ter um abatimento na taxa de indexação da dívida, que atualmente equivale ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4%. Os descontos serão feitos de acordo com o montante da dívida que será quitado na adesão ao programa e outras regras fiscais e financeiras específicas. Com isso, estados poderão alcançar taxas de juros de IPCA mais 0%, 1% ou 2%.

Educação profissional e técnica

O texto prevê a criação do Fundo de Equalização Federal, que receberá parte dos recursos economizados com o desconto de juros da renegociação para investimentos nos estados. Outra parte do dinheiro poderá ser aplicada em investimentos no próprio estado, ao invés de ser pago como juros da dívida à União. No mínimo, 60% deverão ser investidos na educação profissional e técnica.

Segundo o relator da matéria, senador Davi Alcolumbre (União-AP), a população brasileira será beneficiada com as mudanças.

“Esses recursos não existiam em lugar nenhum, eles iam para o pagamento dos juros da dívida. E agora eles vão existir concretamente na vida dos brasileiros em todos os estados da Federação. O que seria juro da dívida vai se transformar em investimento direto nos estados”, disse ele, lembrando que a proposta foi construída em consenso entre governo federal e estaduais.

Pacheco agradeceu aos colegas senadores por entenderem a aflição dos estados endividados e pediu agilidade na votação na Câmara. “Os estados agora podem ver o horizonte de poder retomar sua capacidade de investimentos e que possa resolver de uma vez por todas a questão da dívida desses estados”.

Municípios

Os senadores também aprovaram hoje em dois turnos a proposta de Emenda à Constituição (PEC 66/2023) que reabre o prazo para os municípios parcelarem suas dívidas com a Previdência e define limites para o pagamento de precatórios. A proposta segue para análise na Câmara dos Deputados.

*Com informações da Agência Senado

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Irã rejeita apelos do ocidente e prepara contra ofensiva em Israel

Em meio a ameaças do Irã de atacar Israel, em retaliação à morte de Ismail Haniyeh — líder do movimento extremista Hamas —, Teerã rejeitou os apelos do Ocidente para desescalar a tensão e desistir de uma ofensiva. O regime teocrático islâmico ressaltou que não pede “autorização” para responder ao inimigo. Foi uma resposta direta aos governos de EUA, França, Itália, Alemanha e Reino Unido, um dia depois de pedirem ao Irã que “renuncie a suas ameaças contínuas de ataque militar contra Israel”.

Existe o temor, por parte da Casa Branca, de que uma ofensiva iraniana frustre as negociações sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza, previstas para esta quinta-feira (15/8). Por sua vez, Teerã insiste que um acordo de trégua no enclave palestino teria o potencial de evitar, ou pelo menos adiar, uma resposta militar contra Israel.

“A República Islâmica está determinada a defender sua soberania (…) e não pede a autorização de ninguém para usar seus direitos legítimos”, declarou Nasser Kanani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã. A Casa Branca acredita que “uma série de ataques amplos” por parte das forças iranianas e de aliados possa ocorrer ainda nesta semana. A ofensiva militar poderia contar com o envolvimento de Irã, da milícia xiita libanesa Hezbollah, dos rebeldes houthis no Iêmen e de grupos insurgentes no Iraque.

Majid Rafizadeh, cientista político iraniano-americano e especialista em Oriente Médio pela Universidade de Harvard, afirmou ao Correio que, com base nos ataques retaliatórios ocorridos em abril, a tática de engajamento em conflitos indiretos, por meio de aliados, aparentemente chegou ao fim. “Essa mudança importante em direção a um confronto direto aumenta o risco de uma guerra total. O aumento de frequência desses ataques diretos sublinqua a escalada de tensões e o potencial de um conflito mais amplo”, explicou. “Alguns analistas sugerem que o premiê Benjamin Netanyahu pode se sentir encorajado pela decisão de Joe Biden de não buscar a reeleição. O próprio Biden exortou os líderes israelenses a evitarem ações que pudessem levar a uma guerra regional. Agora, Netanyahu pode perceber uma oportunidade para adotar uma abordagem mais agressiva em relação ao Irã.”

De acordo com Rafizadeh, a dinâmica de uma guerra direta entre Irã e Israel pode modificar de modo significativo o panorama geopolítico do Oriente Médio e compelir os EUA a reavaliarem suas prioridades na região. “Sob a perspectiva do governo iraniano, ataques retaliatórios contra Israel poderiam ser um meio de manter sua posição depois do assassinato de um líder do Hamas em Teerã. O Irã busca projetar força para a própria base conservadora e para aliados regionais, destacando sua influência nas esferas regional e global”, disse. Apesar de reconhecer que a eliminação de Haniyeh é um “duro golpe” ao prestígio do Irã e que o regime teocrático precisa reafirmar sua posição como potência regional dominante, o professor de Harvard acredita na necessidade de Teerã de evitar uma guerra aberta.

Ainda segundo Rafizadeh, o Irã sabe que suas capacidades militares não têm comparação com aquelas das forças combinadas dos EUA e de Israel. Além disso, a economia iraniana, combalida pela inflação e pelo desemprego, seria incapaz de sustentar uma guerra a longo prazo. “Também é importante notar que os protestos espalhados pelo país destacaram a insatisfação da população com a situação econômica e sociopolítica. O envolvimento em um conflito exacerbaria o levante doméstico”, observou.

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Fortuna de trilhões: conheça príncipe saudita que deseja contratar Vini Jr

A notícia sobre o interesse do Al-Ahli na contratação de Vini Jr despertou o interesse sobre o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita. A oferta, a maior da história para um jogador de futebol, tem por trás o primeiro-ministro e príncipe do país, Mohammed Bin Salman. Pertencente a Casa de Saud – nome dado ao poder real no país -, ele faz parte da família de monarcas mais rica do mundo.

De acordo com uma estimativa da consultoria Brand Finance, a fortuna de Bin Salman estava avaliada em US$ 1,4 trilhão (cerca de R$ 7,6 trilhões na cotação atual) até 2023. A oferta bilionária do monarca pelo jogador brasileiro (1 bilhão de euros – R$ 6 bilhões, na cotação atual) é apenas uma mostra de seu gosto por investimentos grandiosos. Nesse sentido, em seu ‘leque de aquisições’ consta um castelo na França, adquirido por R$ 1,7 bilhão de reais, um iate em que gastou R$ 309 milhões e também uma obra de Leonardo Da Vinci, arrematada em 2017 pelo preço recorde de U$ 450 milhões (aproximadamente R$ 2,4 bilhões).

O grande volume financeiro pertencente ao príncipe também é cercado de polêmica. De acordo com a Forbes, parte das reservas de seu governo foi obtida após uma “campanha anticorrupção”. Na ação, Bin Salman arrecadou bilhões de outras famílias monarcas para diminuir o rombo dos caixas devido a baixa do valor do petróleo. Um exemplo é a saída do príncipe e parente Alwaleed bin Talal al Saud do hotel de luxo Ritz-Carlton, em Dubai. Ele precisou pagar US$ 6 bilhões para deixar o local, uma espécie de ‘prisão de luxo’ para os ricos acusados pelo primeiro-ministro.

O projeto de investir no futebol da Arábia Saudita para atrair grandes estrelas está ligado ao processo de melhoria da imagem do seu governo dentro e fora do país. Com o nome envolto em escândalos de violação de diretos humanos e outras questões, Bin Salman contratou jogadores da elite europeia para os quatro clubes que comanda no país. Nomes nomes como Benzema (Al-Ittihad), Cristiano Ronaldo (Al-Nassr), Neymar (Al-Hilal) e Roberto Firmino (Al-Ahli) passaram a ter o príncipe saudita como ‘chefe’. Além disso, ele também é dono do Newcastle United, clube da Premier League adquirido por £ 300 milhões (R$ 2,1 bilhões).

Este fenômeno fez com que o país árabe se tornasse um importante centro esportivo global. O movimento é uma das ações que culminarão na realização da Copa do Mundo de 2034 na Arábia Saudita. Neste pacote, a contratação de Vini Jr seria uma espécie de ‘cereja do bolo’. A ideia era contratar o brasileiro para se tornar o embaixador do país na divulgação do evento que acontecerá daqui a 10 anos. Porém, segundo o jornal The Athletic, o jogador de 24 anos recusou a proposta bilionária e permanecerá no time espanhol.

Apesar de ter recebido a maior proposta da história, Vini optou por seguir no Real Madrid – Foto: AFP via Getty Images

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Itaú Personnalité abre seleção para gerentes de relacionamento

O Itaú Personnalité abriu um processo seletivo para a contratação de gerentes de relacionamento em todo o país. Segundo a instituição financeira, 30% das oportunidades são destinadas a pessoas negras (pretas e pardas).

Para participar, é preciso ter formação superior completa, experiência comercial com clientes de alta renda, produtos financeiros e investimentos, além da certificação CPA-20 ou CEA. Cursos de pós-graduação ou especialização são considerados diferenciais para os candidatos.

Os interessados podem se inscrever pela internet. As inscrições serão encerradas na medida em que as vagas forem preenchidas.

Entre os benefícios oferecidos estão vale-refeição, vale-alimentação, vale-transporte, assistências médica e odontológica, auxílio-creche, seguro de vida, Gympass e Totalpass.

“A diversidade é um valor fundamental para nós, e temos trabalhado de forma consistente para tornar o banco mais inclusivo e diverso”, destaca Renata Oliveira, diretora de Recursos Humanos do Itaú Unibanco.

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Veja quais são as prioridades de Lula em semana de esforço concentrado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer priorizar a discussão de pautas econômicas no Congresso Nacional nesta semana de esforço concentrado. Na Câmara, o governo visa aprovar o segundo projeto de regulamentação da reforma tributária e o Programa Acredita.

Já no Senado, a prioridade é a tramitação dos projetos do Combustível do Futuro, do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten) e do Mercado de Crédito de Carbono, que estão em comissões. A definição ocorreu hoje (12/8) durante reunião com ministros e líderes do governo no Palácio do Planalto.

Lula reuniu ministros com bom trânsito entre os parlamentares e os três líderes do governo no Legislativo para discutir a semana, que representa a volta das atividades do Legislativo após o recesso. Apesar do ritmo lento por conta das eleições municipais, há esforço concentrado nesta semana, além de outros dois programados para agosto e setembro.

Após o encontro, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, e os líderes do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) e na Câmara, José Guimarães (PT-CE), conversaram com a imprensa.

“No caso da Câmara, nossa prioridade é encaminhar o mais rápido possível a votação do segundo projeto de lei de regulamentação da reforma tributária, que foi amplamente discutido no primeiro semestre. Na nossa avaliação, está bem encaminhado”, comentou Padilha. Segundo ele, há acordo entre os líderes do Congresso para votar o texto ainda esta semana.

No Senado, o primeiro projeto tramita em urgência e deve ser votado até 22 de setembro para não trancar a pauta da Casa. Padilha reforçou que o governo quer aprovar toda a regulamentação da reforma até o final do ano.

Questionado, Padilha negou que haja influência do governo federal na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o pagamento das chamadas “emendas pix”, por falta de transparência nos repasses.

“Não cabe ao governo influenciar a decisão do STF, muito pelo contrário, não tem qualquer tipo de digital, mas cabe ao governo ao Executivo cumprir se tiver uma decisão final do STF”, argumentou o ministro. Parlamentares apontam desde a semana passada que a decisão da Suprema Corte pode ter sido influenciada pelo governo, o que aumenta a tensão entre os Poderes.

Padilha, por sua vez, afirmou que o governo está colaborando com o Congresso nesse tema. “A Câmara designou pessoas. O Senado também. O governo designou assessores sob a coordenação da Advocacia-Geral da União (AGU), para inclusive esclarecer ao STF e mostrar obras que estão em andamento, que é importante que os recursos sejam executados, para que a gente não paralise o andamento das obras”, disse o ministro.

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